sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A história do Planeta Terra



Este é o "planeta azul". Se houver vida fora daqui, deve ser este o nome por que é conhecido em todos os mapas de civilizações alienígenas.

Para nós, é a Terra, nosso único lar, onde vivemos e de onde extraímos recursos naturais para que nossa economia avance e fiquemos mais ricos.

Porém, não nos preocupamos muito com ele, pois pensamos que tudo que aqui há jamais terá um fim.

Muitos, sequer, sabem ou se preocupam com a história do planeta azul. Outros a entendem como querem, por meio de seus mitos e fantasias.

Seja a espécie que for, o ser humano que for, todos somos filhos deste planeta e, talvez, ele seja nosso túmulo eterno, como tem sido de todas as criaturas vivas que por aqui passaram algum dia. 

Bem vindos à HISTÓRIA DO PLANETA TERRA, mais conhecido como:

O"PLANETA AZUL" 

1- INTRODUÇÃO:

O planeta Terra é uma esfera que possui aproximadamente 40 mil Km de perímetro, com diâmetro equatorial de aproximadamente 12,8 mil Km e massa de aproximadamente 5,97 * 10 ^24 Kg.

Visto do espaço, é uma esfera achatada nos pólos onde predomina a cor azul dos oceanos e possui vastas extensões de terra.

Localiza-se no Sistema Solar (o terceiro planeta na órbita solar), na Via Láctea e é o maior de todos os planetas rochosos.

A partir da superfície, compõe-se das seguintes camadas:

Litosfera (de 0 a 60,2 Km)
Crosta (de 0 a 35 Km)
Manto (de 60 a 2.900 Km)
Astenosfera (de 100 a 700 Km)
Núcleo Externo (líquido - de 2900 a 5.100 Km)
Núcleo Interno (sólido - além de 5.100 Km)


Até o momento, é o único planeta do Universo conhecido por abrigar a vida e principalmente em sua forma inteligente, capaz de produzir tecnologia e modificar o meio ambiente.

Porém, nem sempre nosso planeta foi assim. Suas cicatrizes demonstram um passa do violento e conturbado, onde predominaram condições extremas e adversas a qualquer forma de vida hoje conhecida.

2 - A IDADE DO PLANETA TERRA:

Atualmente, com base no método de datação radioativa que será explicado mais adiante, estima-se a idade do planeta Terra em 4,5 bilhões de anos. Mas nem sempre foi assim.

De início, a autoridade que determinava a idade de nosso planeta era a igreja, baseada nas Escrituras, no livro de Gênesis. Tanto que o Arcebispo Usher (1581-1656), declarou que a Terra teria sido criada na noite anterior ao dia 23 de Outubro, um Domingo, do ano 4004 antes de Cristo.

Com o avanço da ciência outros meios foram aventados para se calcular a idade da Terra. Uma delas foi calcular o tempo necessário para que o mar se tornasse salgado, pressupondo que este teria sido doce no início e que o sal teria sido levado pelos rios, a partir da dissolução das rochas aflorantes nos continentes.

O cálculo obtido em 1899 indicou que a água do mar teria cerca de 90 milhões de anos. Mas, com o tempo, os pesquisadores descobriram que o sal das rochas não vai diretamente para o mar, ou seja, o mar não é a fase final, ele pode ser reciclado.

Além disso, descobriram também que o sal do mar também é proveniente do manto e que a salinidade da água do mar é constante no tempo.

Houve ainda outras tentativas, como:

Calcular o tempo por meio da espessura das camadas de areia, desde que se soubesse quanto tempo leva para formar uma camada de determinado tamanho (taxa de sedimentação). Contudo este método está prejudicado, pois não há registro preservado que contenha todas as camadas de areias empilhadas desde o princípio da Terra, face à dinâmica transformadora do planeta e a taxa de sedimentação não é constante no tempo.

Calcular o tempo pela perda de calor da Terra (Estimativas de Lord Kelvin). Os pesquisadores observaram que em minas profundas o calor era maior do que na superfície e que, portanto, havia uma perda de calor. Essa perda deve ter acompanhado toda a história da Terra, começando com as rochas fundidas.

O problema é que ainda não se tinha conhecimento suficiente de ponto de fusão da crosta, nem das altas pressões que atuam no interior da Terra e nem do calor interno gerado pelo decaimento radioativo (ver adiante). Assim esta estimativa de tempo não era real.Todos esses meios de estimar a idade da Terra (séculos XVI e XVII) não passavam de 100 milhões de anos e não contribuíam para a aceitação da então nova teoria da origem das espécies de Charles Darwin (1809-1882), pois uma Terra jovem (100 milhões de anos) não poderia ter mantido a longa estabilidade que Darwin julgava necessária para a evolução gradual das espécies e sua diversificação.

James Hutton, hoje conhecido como o pai da Geologia, no ano de 1788, em um afloramento rochoso próximo a Edimburgo. Huton intrigou-se com a formação das rochas, mais especificamente no que se referia a camadas de sedimentos sobrepostas.




Também, Hutton percebera que havia rochas espalhadas perpendicularmente pelo solo, o que contrariava a formação em camadas.

Desse modo, Hutton concluiu que tais formações rochosas deveriam estar horizontalmente dispostas no leito marinho e que foram partidas e empurradas à tona.

Assim, 6 mil anos não seriam o período de tempo suficiente para que estes fenômenos acontecessem, mas seriam necessários milhões de anos.

Certamente isso se opôs ao que a igreja até então ensinara, calcada nas Escrituras. Não mais as escrituras seriam o guia para determinarmos a idade de nosso planeta, mas as rochas.

3 - A JORNADA DO PLANETA TERRA:

A jornada de nosso planeta se inicia praticamente junto com a do Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos. A teoria mais aceita é a de que o Sistema Solar se formou a partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira denominada nebulosa solar.

Não se sabe ao certo o que teria deflagrado o colapso desta nuvem. Há indícios de que partículas finas de início se atraem eletrostaticamente e, à medida que se formam partículas maiores ou pedaços de rocha entra em ação a força gravitacional.






Desse modo, pode-se teorizar que a ação da gravidade superou de algum modo as forças de pressão que manteriam o gás em expansão, impedindo que esta nuvem entrasse em colapso para formar o Sol e os demais corpos celestes do Sistema Solar.

Esta nuvem, ao colapsar, achatou-se num disco em forma de panqueca com um bojo central, passando a girar mais rapidamente à medida que se contraía. A temperatura se elevou no centro a ponto de dar início a uma reação de fusão nuclear do hidrogênio. Este teria sido o início do Sol.

Partículas solidas que se encontravam na periferia se aglutinaram e começaram a formar planetesimais (pequenos corpos rochosos). Por ação da gravidade, estes blocos rochosos formaram os planetas internos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), cujo diâmetro é pequeno se comparado àqueles planetas mais periféricos.

Quanto aos planetas externos, os materiais que se agregaram para formá-los era composto de água em forma de gelo, metano, amônia e rochas em menor proporção.

Estas rochas constituíram o núcleo rochoso de planetas gasosos como Jupiter, Saturno, Urano e Netuno, bem como suas luas.

Quanto a Terra, este mundo é único no Sistema Solar. Sua principal característica é abrigar a vida. Todavia sua superfície está em constante mudança devido a processos que acontecem em seu interior, nos oceanos, na atmosfera e por agentes externos como meteoros e cometas.


3.1 - O MUNDO DE FOGO:

Há 4,5 bilhões de anos, a superfície da Terra era feita de rocha fundida, cujas temperaturas atingiam cerca de 4 mil graus Celsius. Incessantemente, Nosso planeta era bombardeado por meteoros e cometas, que existiam em excesso dentro da zona planetária do Sistema Solar.

Estes corpos celestes ajudaram a compor nosso planeta, pois traziam consigo água, material rochoso e metais.

Entretanto, também não se pode considerar isso uma regra. Há indícios de que um asteróide mais ou menos do tamanho de Marte atingiu a Terra jovem, arrancando muito material de sua superfície em que parte foi ejetada no espaço e parte formou a Lua.

Os indícios de que tal impacto tenha ocorrido se trata da presença de rochas lunares semelhantes às rochas terrestres, no que se refere à presença de silicatos.



Voltando ao nosso planeta, Lord Kelvin é o idealizador da teoria de que a Terra fora um mundo de fogo e lava incandescente. Como era um grande conhecedor de Termodinâmica, Kelvin calculou a idade de resfriamento de nosso planeta até o estágio atual, em 100 mil anos.

Kelvin acertara quanto ao mundo de fogo, mas errara na determinação da idade, uma vez que, como todo cientista de sua época, desconhecia a radioatividade do núcleo terrestre.

Partículas de Urânio, Tório e Potássio-40 radioativo ao decaírem em elementos mais estáveis emitiam calor.

3.1.1 - AS FASES DO CÁLCULO DA IDADE DA TERRA:

Atualmente, existem dois modos de saber o quão velha é uma rocha:

O método relativo observa a relação temporal entre camadas geológicas, baseando-se nos princípios estratigráficos de Steno (1669) e Hutton (1795).

Por exemplo, a presença de fósseis, onde se conhece o período de tempo de existência dos mesmos, pode-se indicar a idade da camada geológica em que o fóssil foi encontrado e por relação, indicará que a camada que está abaixo dessa é mais velha e a camada que está por cima é mais nova. O método absoluto utiliza os princípios físicos da radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. Esse método está baseado nos princípios da desintegração (ou decaimento) radioativa.

Desta maneira, o uso desse método, só foi possível depois da descoberta da radioatividade (1896), no final do século XIX.

Em 1911, Arthur Holmes, publicou um trabalho sobre datação radioativa. Dentre os elementos químicos existentes, há alguns que possuem o núcleo do átomo instável e são conhecidos como nuclídeos radioativos. Estes elementos, através da emissão espontânea de radiação, se transformam em elementos estáveis (nuclídeos radiogênicos). Dessa maneira o elemento-pai (radioativo) se desintegra emitindo radiação e se transforma no elemento-filho (radiogênico), como o 87Rb quando se transforma em 87Sr.

De início Holmes calculou a idade da Terra em 1, 3 e 4,5 bilhões de anos, o que se denomina "tempo profundo".

Há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral:

1) as rochas são formadas por minerais, os quais são constituídos por elementos químicos e alguns desses, por sua vez, são nuclídeos radioativos;

2) o conceito de decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida, que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Essa constante é conhecida e diferente para cada nuclídeo radioativo existente.

Cada grão mineral é um cronômetro do tempo geológico, assim que ele se forma, tem início o decaimento radioativo. Sendo assim, determinando-se a quantidade de elemento-pai e de elemento-filho em um mineral hoje, é possível saber há quanto tempo está acontecendo o decaimento radioativo e, portanto quando o mineral se formou.

Mas como os pesquisadores fazem para separar e extrair os elementos-pai e -filho da rocha, para quantificá-los?

A rocha tem que ser dissolvida, transformada em líquido. A maneira mais rápida e eficiente é aumentando a superfície de contato da rocha, pulverizando a amostra e dissolvendo-a com ácido, além de utilizar chapas aquecedoras que aumentem a velocidade da reação.

Depois da rocha ter sido dissolvida, as ligações químicas que existem dentro dos minerais que a formam terão sido quebradas e os elementos, inclusive os radioativos, ficarão na forma de íons em solução, ou seja, separados e "imersos" em uma solução ácida. Dessa maneira fica mais fácil extrair os elementos-pai e filho que serão analisados e medidos.

Cada elemento químico tem uma característica físico-química diferente, se comportando de maneira variada em função da condição do ambiente (ácido, muito ou pouco ácido e básico). Utilizando essas propriedades, os elementos de interesse são separados e extraídos da solução inicial.

O próximo passo é levar os elementos, que agora estão individualizados em uma outra solução, para um aparelho, que se chama Espectrômetro de Massa, no qual cada elemento separado será medido. Depois, então, os cálculos baseados na meia-vida do elemento radioativo são feitos e a idade da rocha é obtida.

A idade da Terra foi calculada pelo método absoluto e indica que o nosso planeta tem 4,56 bilhões de anos, portanto bem mais velho do que os estudiosos antigos imaginavam. Porém o registro mais antigo do planeta, determinado em cristais contidos em rocha, tem 4,4 bilhões (Austrália).

A Terra está em constante mudança. Sua crosta está continuamente sendo criada, modificada e destruída (saiba mais sobre o ciclo das rochas).

Como resultado, rochas que registram a história embrionária do planeta não foram encontradas e provavelmente não existem mais. Portanto, a idade da Terra não pode ser obtida diretamente de material terrestre. Então como saber que a Terra tem essa idade? Os cientistas presumem que todos os corpos do Sistema Solar se formaram na mesma época, inclusive os meteoritos (provenientes do cinturão de asteróides).

Sendo assim, como os meteoritos são corpos extraterrestres que caem na superfície da Terra, eles podem ser datados e sua idade é a mesma da formação do planeta, ou seja, 4,56 bilhões de anos. Esta idade foi determinada, pela primeira vez, por Claire Patterson em 1956, usando os isótopos de chumbo (Pb-206), uma vez que este é o produto final do decaimento do Urânio (U - 238).

O urânio-238 tem duas vantagens como datador de rochas: é abundante e tem uma meia-vida bem grande (4,5 bilhões de anos). Em uma amostra normal contendo urânio, 99,3% são de urânio-238. Este isótopo é radioativo e se transforma, depois de uma longa série de mutações, em chumbo-206, que é estável.





O cálculo para a datação se processa da seguinte forma:

Se o número contado de átomos de urânio for N1 e o número de átomos de chumbo for N2, a idade T da rocha será calculada pela expressão:

T = (t log 2) x log (1 + N2/N1)

Nessa fórmula, t é a meia-vida do urânio-238.

Existem problemas no uso dessa fórmula pois ela se baseia em suposições que nem sempre são corretas. Uma delas é acreditar que todo o urânio que virou chumbo ficou na amostra.

Mas, na seqüência de decaimento radioativo, um dos elementos intermediários é o radônio-222. O radônio é um gás e, como todo gás escapa para o ambiente. Caso escape, não decairá como chumbo na amostra. O resultado é que a idade medida será menor que a idade real da rocha.

Outro problema é que parte do chumbo na amostra pode não ter se originado no decaimento do urânio. Alguma quantidade de chumbo na amostra pode já ter se incorporado quando a rocha se formou. É o chamado "chumbo primário", ou não-radiogênico.

Todavia, o chumbo tem outro isótopo, o chumbo-204, que não tem origem no decaimento radioativo, o qual é denominado Chumbo primário.

Se houver chumbo-204 em uma amostra, este será primário. Caso possa se determinar qual a proporção natural de chumbo-204 e chumbo-206 em uma amostra não radiogênica, o problema está resolvido. Essa proporção é achada medindo as percentagens de todos os isótopos de chumbo em um meteorito.

As proporções dos isótopos de chumbo nesses meteoritos fornece um ótimo padrão de comparação com as rochas da Terra. Neles, 2% do chumbo é chumbo-204 e 20% é chumbo-206. Isto é, para cada átomo de chumbo-204 em uma amostra, devem existir 10 átomos de chumbo-206 não-radiogênico. Se, por acaso, a rocha não contiver nenhum chumbo-204, todo o chumbo que há nela formou-se pelo decaimento do urânio-238 e sua datação deve dar um excelente resultado.

A fim de se obterem resultados confiáveis, complementa-se a datacão por urânio-238 com outros métodos.

Um deles, muito utilizado é a datação pelo isótopo potássio-40. O potássio é o elemento de número 19 na tabela periódica. Um pequena fração de 0,0118% do potássio natural é formada pelo isótopo 40K19, que tem 19 prótons e 21 neutrons, é claro. Esse isótopo é radioativo e vira cálcio-40 emitindo uma partícula beta, segundo a reação:

40K19 --> 40Ca20 + b-1

Esse processo não é útil para datação pois as rochas costumam possuir diversos isótopos de Cálcio, sejam eles primários ou não.É impossível saber qual deles é oriundo do decaimento do potássio.

Entretanto, o potássio-40 tem outra forma de decaimento. No caso, o núcleo do K-40 simplesmente atrai um elétron de orbita próxima para dentro do núcleo.

O elétron atraído compensa a carga de um próton e o resultado é como se o núcleo perdesse um próton e ganhasse um neutron. O peso atômico não muda mas o núcleo passa a ser de outro elemento, o argônio-40. A reação pode ser escrita como:

40K19 + e-1 --> 40Ar18

É claro que esse processo não é radioativo pois nenhuma partícula é emitida. Ocorre apenas a atração de um elétron pelo núcleo.

A meia-vida do potássio-40 tem de ser determinada por meio do outro processo (que leva ao cálcio) usando um detector de partículas beta. Com essa meia-vida, contando as quantidades de potássio e de argônio, e usando uma fórmula semelhante a que usamos para o urânio, podemos obter a idade da rocha.

Todavia, o Argônio, como o Radônio, é um gás. Portanto, o método só pode ser usado se o argônio, depois de formado, ficar preso na rocha. Isso costuma acontecer nas rochas que contêm o mineral chamado "mica".

As rochas mais antigas encontradas na Terra, que são granitos da Africa do Sul, foram datadas em cerca de 3,8 bilhões de anos. Estas rochas são formações denominadas "lava em almofada", uma vez que se formaram sob as águas do oceano primitivo.

Um teste independente consiste em medir a idade dos meteoritos. Os meteoritos se formaram ao mesmo tempo que a Terra. Mas, como são pequenos, resfriaram rapidamente. Sua idade, medida por um método usual de datação isotópica, deve ser igual a idade da Terra. Usando datações de urânio-238 e rubídio-87, os cientistas acharam tempos da ordem de 4,6 bilhões de anos. Essa deve ser, portanto, a idade da Terra.

Mais um teste bem interessante consistiu na medida da idade de pedras trazidas da Lua pelos astronautas. O resultado das datações dessas rochas indicaram valores em torno de 4,6 bilhões de anos o que confere com os meteoros e, certamente, com a idade da Terra (aqui).


3.2 - O MUNDO AQUÁTICO:

Após 100 milhões de anos do nascimento da Terra, com o declínio da radioatividade, o calor sobre a superfície do planeta reduzira. a superfície se solidificara em rocha. tal fenômeno propiciou a condensação da água, o que pode ser demonstrado em cristais de Zircônio, os quais encerram moléculas de água.

As rochas exalavam gás carbônico e vapor de água, Mas esse vapor não era suficiente para formar os oceanos como os conhecemos.

A teoria mais aceita sobre a maior parte da água de nosso planeta ser extraterrestre é a mais aceita, pois o bombardeamento por cometas (feitos de gelo e poeira) e meteoritos (que contêm 5% de água) não cessara.

Com o resfriamento, formaram-se nuvens de gás carbônico e vapor de água, o que ocasionou chuvas fortes e torrenciais por cerca de milhões de anos, até que há 4 bilhões de anos originou-se um oceano gigante que cobria cerca de 90% da superfície do planeta, havendo poucas ilhas vulcânicas.

Este oceano era rico em ferro o que lhe dava a coloração verde e a atmosfera por ser composta basicamente de gás carbônico assumia coloração avermelhada.

As pressões eram elevadas, o suficiente para esmagar qualquer coisa viva que conhecemos hoje, sendo que as temperaturas chegavam perto dos 90 graus Celsius. As ilhas formadas não sobreviviam a ação das águas e rapidamente erodiam.

Devido ao vulcanismo intenso, surge um novo tipo de rocha criada dentro dos oceanos e que comporia os continentes. Era o granito, o qual é hoje encontrado no Sul da África e são as rochas mais antigas até então conhecidas.




Esta rocha surgiu em todas as partes e era mais leve e resistente que o basalto marinho. Assim, a crosta oceânica é mais densa e pesada que a crosta continental. Desse modo, os continentes se assentam sobre rochas basálticas. As fraturas na crosta oceânica é quem proporcionaram a formação dos granitos e portanto dos continentes.

Os protocontinentes é quem propiciaram a formação da vida no planeta. Há duas teorias que explicam a formação da vida:

Teoria da Abiogênese - a partir da matéria inerte, por meio de reações químicas catalisadas por calor, eletricidade, raios ultravioleta e pressão ocorreram reações químicas dentro das águas dos oceânos ou em bolsões de água doce sobre os continentes que formaram os "tijolos da vida", ou seja os aminoácidos.

Estes aminoácidos passaram a reagir entre si e formar as proteínas, as quais se aglomeraram em coloides e a seguir em coacervados (aglomerados de moléculas protéicas envolvidas por moléculas de água, em sua forma mais complexa).

Essas moléculas formadas por proteínas foram envolvidas pela água devido ao potencial de ionização presente em alguma de suas partes. Acredita-se, portanto, que a origem dos coarcevados (e conseqüentemente da vida) tenha se dado no mar.

Existiam coacervados formados de diversas maneiras. Os mais instáveis quebraram e se desfizeram. Já alguns, quebraram-se e uniram-se a outros e à moléculas inorgânicas, formando coacervados complexos. É possível que em algumas dessas milhares de combinações que podem ter ocorrido, alguns coacervados tenham se tornado mais estáveis.

Ao mesmo tempo, formou-se no oceano um "caldo quente" composto por coacervados e outros tipos de matéria orgânica, assim como substâncias inorgânicas.

Isso possibilitou a sobrevivência dos coarcevados, que precisavam de energia inicialmente obtida dos raios ultra-violetas e descargas elétricas e posteriormente de passou a ser obtida de forma química (açúcares, matéria orgânica em geral).

Quanto às primeiras membranas celulares, as primeiras devem ter sido algo muito simples, ou seja, devem ter sido compostas por sulfeto de ferro. O ferro, por ser abundante nos oceanos e o enxofre devido ao intenso vulcanismo, pela facilidade de ambos reagirem entre si formando sulfetos e por se acreditar que a vida ou tenha nascido ou emigrado para os oceanos.

Um mineral que deve ter sido abundante é a pirita (sulfeto de ferro) e em seus veios pode ter se formado a vida por ela ter propriedades de catalisador de reações orgânicas segundo Günter Wächtershäuser.







Wächtershäuser demonstrou em laboratório que membranas podem se fechar formando protocélulas que podem mais tarde ter sido substituídas por membranas orgânicas, presentes hoje em células mais evoluídas.


O que respalda esta teoria é o fato de que foram encontradas estruturas semelhantes com as da experiência de Wächtershäuser em depósitos minerais com cerca de 3,6 a 3,8 bilhões de anos.




Teoria da panspermia - por esta teoria, a vida teria trazido seus tijolos de fora em cometas e meteoritos carbonatados e daí a sequência dos eventos ter sido como a proposta pela abiogênese. Mas há o problema do intenso calor gerado pela entrada na atmosfera e pelo impacto dos corpos celestes que poderia destruir qualquer composto orgânico.



Mas podem ter ocorrido corpos celestes pequenos não o suficiente para gerar mega impactos e nem para se vaporizarem na atmosfera e ainda terem caído nos mares ou próximos a bolsões de água.

Mas o que sabemos é que a vida ocorreu e, auxiliada pela seleção natural, mudou a face do planeta Terra até o que conhecemos hoje. Mas, como isso se deu?

Nas praias de protocontinentes, abrigados do excesso de radiação ultra-violeta desenvolveram-se os estromatólitos (rocha formada por algas bacterianas em fundos de mares rasos que se acumulam até formarem recifes).



Os estromatólitos compõem-se de sílex podem e de carbonatos (calcita e dolomita). Formam-se a partir de uma sucessão de estágios, partindo de esteira microbiana, estromatólito estratiforme para finalmente consolidar uma rocha. Os principais microorganismos formadores das esteiras estromatolíticas são as cianobactérias.

Estes organismos se disseminaram por todo o planeta e até hoje existem em Shark Bay - Austrália, bem como existem fossilizados em depósitos datados de 3,5 bilhões de anos no chamado sílex de Strelley Pool, também na Austrália.

Estes organismos eram fotossintetizantes. sendo assim, por cerca de 2 bilhões de anos bombearam oxigênio para a atmosfera.

De início, este oxigênio reagiu com o ferro dos oceanos o que deu origem a nossas reservas de ferro, as quais foram leitos de mares antigos, bem como propiciou a mudança da coloração dos mares de verde para azul, além de ter diluído a espessa atmosfera de gás carbônico, tornando-a transparente, o que deu à Terra o aspecto de planeta azul.

Entretanto movimentos tectônicos racharam a crosta terrestre há 1,5 bilhões de anos, tornando os continentes um quarto da superfície da Terra.

Sob o leito dos oceanos, o magma fazia as porções de terra boiarem, num intenso processo de acomodação de placas.


Em 1912, Alfred Wegner propôs a Teoria da Deriva dos Continentes, com base na forma dos continentes dos dois lados do Atlântico que possuíam o correto perfil de encaixe.







Wegener apresentou esta teoria utilizando argumentos morfológicospaleoclimáticos,paleontológicos e litológicos.

Em primeiro lugar haveria coincidência das estruturas geológicas nos locais dos possíveis encaixes entre os continentes, tais como a presença de formações geológicas de clima frio nos locais onde hoje imperam climas tropicais ou semi-tropicais. Estas formações, que apresentam muitas similaridades, foram encontradas em localizações como a América do Sul, África e Índia.

As evidências fósseis também são bastante fortes, tanto vegetais como animais. A flora Glossopteris aparece em quase todas as regiões do hemisfério sul, América do Sul, África, Índia, Austrália e Antartica. Um réptil terrestre extinto do Triássico o Cynognatus, aparece na América do Sul e na África e o Lystrossaurus, existe na África, Índia e Antártica.

O mesmo acontece com outros répteis de água doce que, evidentemente, não poderiam ter nadado entre os continentes, bem como com os paradoxides, fósseis de trilobitás, que eram animais de água doce, serem encontrados na Inglaterra e nos EUA.

Se estes fósseis existem em vários continentes distintos que hoje estão separados por milhares de quilômetros de oceano, os continentes deveriam estar unidos, pelo menos durante o período Triássico. A hipótese alternativa para estas evidências seria uma hipotética ligação por terra entre os continentes que atualmente estaria mergulhada nas águas dos oceanos.

Somente na década de 1940, a Marinha Americana publicou um mapa do leito oceânico e no final da década de 1950, o conhecimento do mundo submarino começou a trazer evidências da topografia submarina e, principalmente, de certas características do comportamento magnético das rochas do assoalho submarino, o que ressuscitou a teoria de Wegener.

Desta vez, porém, os mecanismos de deriva continental já estavam mais bem estabelecidos pelo trabalho de vários pesquisadores, entre os quais se destaca o geólogo inglês Arthur Holmes.

As forças geradas pelas correntes de convecção do manto terrestre são fortes o suficiente para deslocar placas, constituídas pela crosta submarina e continental.

Segundo a teoria da deriva continental, a crosta terrestre é formada por uma série de "placas" que "flutuam" numa camada de material rochoso fundido. As junções das placas (falhas) podem ser visíveis em certas partes do mundo, ou estar submersas no oceano.

Quando as placas se movem umas ao encontro das outras, o resultado do atrito é geralmente sentido sob a forma de um tremor de terra.

As placas não somente se movem umas contra as outras, mas "deslizam" umas sob as outras - em certos lugares da Terra, o material que existe na crosta terrestre é absorvido e funde-se quando chega às camadas "quentes" sobre as quais as placas flutuam. Se este processo existisse só neste sentido, haveria "buracos" na crosta terrestre, o que não acontece.

O que se passa de fato é que, entre outras placas, material da zona de fusão sobe para a zona da crosta para ocupar os espaços criados, por exemplo, a Cordilheira do Atlântico e o Círculo de Fogo do Pacífico.

Os continentes que são os topos destas placas flutuam - ou derivam - no processo. Por isso a expressão "deriva continental".

É possível traçar-se um estudo até 1 bilhão de anos atrás, quando surgiu o supercontinente de Rodínia, durante a era Neoproterozóica. Era um continente árido e desolado de vida.





Porém, Rodínea causou um grande impacto no planeta, mais especificamente no mar, pois passou a bloquear as correntes de calor oriundas do equador, o que não aquecia os pólos do planeta.

Isso fez com que geleiras avançassem e, como consequência estas refletiam a luz solar fazendo com que o planeta não se aquecesse e ainda propiciando que as geleiras avançassem ainda mais.

Com isso, as temperaturas na superfície do planeta atingiram -40 graus Celsius e o oceâno ganhou uma capa de gelo com 1 Km de espessura.

Este acontecimento quase exterminou a vida recém surgida na Terra, a qual encerrou-se no oceano, mais especificamente em zonas térmicas, o que pode ter feito os termófilos evoluírem até estágios avançados.




Mas cerca de 750 milhões de anos atrás, este supercontinente quebrou-se em oito continentes menores, pelo intenso vulcanismo do planeta. Muito gás carbônico foi lançado na atmosfera o que propiciou o efeito estufa e o recuo da capa de gelo sobre o oceano.

Paulatinamente a Terra se normalizou. O aquecimento pelo efeito estufa e os níveis altos de oxigênio oriundo da fotossíntese de plantas marinhas propiciaram uma explosão de vida, a "explosão cambriana", período em que mais houve vida no planeta Terra.


Nos mares, os organismos se tornaram mais complexos e mais perigosos, desenvolvendo exoesqueletos, dentes e olhos. Essa vida denominada de fauna edicarana pode ser encontrada em Burgess Shale, nas montanhas Rochosas, próximo a Columbia Britânica.





Charles Walcott foi quem o descobriu em 1909 e dessa localidade extraiu perto de 60 mil fósseis, sendo que atualmente já se extraíram mais de 100 mil desses fósseis, preservados em três dimensões dentro da rocha.





Quanto aos níveis de oxigênio, estes atingiram os atuais, propiciando a formação da camada de Ozônio a qual assegurou o importante passo para a colonização das terras.


3.3 - O CONTINENTE FRAGMENTADO:

Os oito fragmentos de Rodínea posteriormente foram reunidos em outro supercontinente chamado Panótia e depois Pangea. Este mundo, devido ao aquecimento e aos altos níveis de oxigênio tornou-se extremamente pantanoso. Mas antes disso, chegamos ao período Carbonífero, 400 milhões de anos atrás.

As plantas com cerca de 20m de altura ocuparam a superfície da Terra. Há 300 milhões de anos, insetos gigantes, anfíbios estranhos e proto-crocodilos tinham seu habitat neste mundo.







O carvão mineral que utilizamos hoje é oriundo deste período, uma vez que o solo pantanoso, composto de folhas, galhos e animais mortos se decompões de uma forma que o leva a aglomerar. Sob calor e pressão extremos este aglomerado de matéria orgânica cozinha por milhões de anos e resulta no minério de carvão.



Quanto ao petróleo e ao gás natural, o processo se deu nos oceanos com a mistura de água salgada e matéria orgânica, sob calor e pressão, os quais proporcionaram a reação entre hidrocarbonetos, a partir do metano, em cadeias mais longas (alcanos, alcenos e alcinos), ciclanos e aneis benzênicos, componentes que formam os diversos tipos de petróleos.


3.4 - O NOVO SUPERCONTINENTE - PANGEA E OS DINOSSAUROS:

Cerca de 250 milhões de anos, uma forte erupção na Sibéria levou a uma nova extinção em massa da flora e da fauna Paleozóica. esta erupção é denominada erupção de pluma, em que uma grande bolha de lava irrompeu e por cerca de 1 milhão de anos derramou rocha fundida sobre o Planeta.

De acordo com evidências conforme citadas aqui, o causador desta grande erupção e conseqüente mostandade de espécies, pode ter sido a queda de um asteróide.



O ar se contaminou por gases vulcânicos e cerca de 95% das espécies foram extintas. Formou-se então o continente de Pangea, cercado pelo oceano denominado Pantalassa. As espécies que sobreviveram a este cataclismo evoluíram para os dinossauros.

O primeiro fóssil de dinossauro (um dente de iguanodonte) foi descoberto por Mariene Mantell e foi profundamente estudado pelo seu marido Gideon Mantell.





A razão para os dinossauros serem grandes reside no fato em que os níveis de oxigênio e gás carbônico atingiram altos picos. O planeta ficou mais quente e abafado e assim os vegetais se disseminaram. Havia fartura de alimentos.

Acredita-se que os dinossauros possuíam sangue quente, o que os tornava ativos para procurarem comida o dia e à noite. Assim, aliaram características de réptil (boa taxa de crescimento) com a de animais de sangue quente (manutenção da temperatura do corpo estável).

Mas, cerca de 180 milhões de anos, o vulcanismo dividiu Pangea em Laurásia (ao norte) e Gondwana (ao sul) e, conseqüentemente, estes continentes arrastaram os dinossauros consigo.







Os níveis de gás carbônico aumentaram cerca de 500% o que propiciou mudanças climáticas intensas como mais umidade, crescimento de florestas, que como resposta ocorreu o aumento do tamanho dos dinossauros.

Esta teria sido a resposta evolutiva para um planeta onde predominavam altas temperaturas, umidade e vulcanismo intenso.

O vulcanismo dessa época proporcionou a síntese de diamantes, que nada mais é que uma forma alotrópica de carbono disposta octaedricamente, gerado por pressão intensa e calor no interior de vulcões, como prova a mina de diamantes de Kimberley na África do Sul.




Nesta mina Há um depósito de kimberlita disposto de forma vertical e afunilada para baixo o que induz à compreensão de que a mina era a cratera de um vulcão, com 2 Km de profundidade.

O magma ao irromper exercera forte pressão e calor sobre o carvão transformando-o em diamante. Ao entrar em erupção, o vulcão lançou rocha, lava e diamante a quilômetros de distância, o que explica diamantes em veios de rios ou sob o solo.







Porém, nova catástrofe assolou o planeta há 65 milhões de anos. Um corpo celeste caiu próximo a Yucatan é extinguiu 70% das formas de vida. Isso é confirmado pela cratera de Chicxulub e pela alta concentração de irídio presente em uma camada denominada camada túmulo.



Os dinossauros se fazem presentes entre 230 e 65 milhões de anos. Acima desta camada não há fósseis de dinossauros. A teoria do impacto foi proposta por Walter e Luiz Alvarez, tendo sido confirmada pela idade da cratera de Chicxulub em 65 milhões de anos.

A quantidade de irídio na faixa representada pelo limite KT é cerca de 200 mil toneladas, o que indica um corpo com aproximadamente 40 Km de diâmetro. O impacto lançou toneladas de rocha ao espaço que retornaram como poeira e escombros, aquecendo a superfície do planeta perto de 400 graus Celsius, além de ter tapado o Sol por muito tempo.



Mas esta não foi a única catástrofe à época. Houve erupções fortes como demonstram veios de lava na India, talvez causadas pela potência do impacto.

Após este evento, as temperaturas caíram, as plantas que sobraram morreram e com elas os dinossauros, o que abriu caminho para os mamíferos e, mais tarde, para os seres humanos.


3.5 - O MUNDO DOS MAMÍFEROS:

A era Cenozóica se inicia há cerca de 65 milhões e 500 mil anos atrás e se estende até o presente.

Esta era foi marcada pelo aparecimento de 28 ordens de mamíferos 16 das quais ainda vivem. No Paleoceno e no Eoceno viveram mamíferos de tipo arcaico que no fim do Eoceno e no Oligoceno foram substituídos, exceto na América do Sul, pelos ancestrais dos mamíferos modernos.





No decorrer de milhões e milhões de anos deu-se a modernização das faunas que culminou na produção de mamíferos adiantados, especializados, do mundo moderno. Os processos que conduziram à elaboração das faunas modernas datam do Pleistoceno e do pós-Pleistoceno. Distingue-se a fauna atual da fauna do Pleistoceno, principalmente pelo empobrecimento, advindo da extinção de várias formas.

A América do Sul achava-se unida à América do Norte no início da Era Cenozóica; tal união manteve-se interrompida durante grande parte dessa era, voltando a ser restabelecida no fim do Paleógeno. Isso explica certas peculiaridades faunísticas do nosso continente.

Por outro lado, a América do Norte manteve ligação com a Ásia através da região deBeríngia (hoje interrompida pelo Estrito de Bering) durante grande parte da Era Cenozóica, o que explica o porquê da homogeneidade faunística da América do Norte, Ásia Setentrional e Europa.As peculiaridades faunística da Austrália, por sua vez, são devidas ao isolamento que manteve desde o Cretáceo em relação à Ásia.

A forma ancestral do cavalo data do Eoceno e recebeu o nome de Eohippus; viveu no hemisfério norte. O Equus, isto é, cavalo propriamente dito, surgiu na América do Norte bem mais tarde, donde migrou para a Ásia, no Pleistoceno.

A tectonia de placas e a erosão continuaram a moldar a superfície do planeta. No período Terciário da Era Cenozóica, formaram-se os dobramentos modernos.

O Período Terciário é dividido em cinco épocas:

O Paleoceno, época que durou de 65 à 54,8 milhões de anos, se iniciou com uma grande regressão marinha, fazendo com que se instalasse uma sedimentação em mares intracontinentais e estuários. Os processos formadores de montanha atuaram localizada mas intensamente, como a Orogenia Laramide na Cadeia das Rochosas, América do Norte.

O Eoceno, época que durou de 54.8 à 33.7 milhões de anos, se iniciou com uma generalizada transgressão marinha, cobrindo vastas áreas continentais com calcários eargilitos. De modo geral, os estratos eocênicos incluem diversas rochas de orígem sedimentar (marinhas, estuarinas, continentais, etc.), e rochas ígneas.

Durante o Eoceno, aproximadamente 49 milhões de anos atrás, devido a configuração dos continentes naquele período, o Oceano Ártico estava quase totalmente isolado dos demais oceanos, numa situação semelhante ao atual mar Negro. Nestas circunstâncias, suas águas eram muito pouco renovadas como ocorre atualmente devido à influência de correntes marinhas (por exemplo a corrente do Golfo).


Os fortes ventos e a alta temperatura no Eoceno fizeram as suas águas sofrer um intenso fenômeno de evaporação que aumentou sua densidade.

As fortes chuvas que se precipitaram sobre a região do Ártico contribuíram para o aumento do volume de água doce dos rios que desembocavam em suas águas. Com isso, houve uma diminuição do nível de salinidade e a formação de uma fina camada superficial de água doce menos densa sobre as águas do Oceano Ártico.



Por outro lado, um outro fator, ao lado do Ciclo de Milankovitch, contribuiu para as variações climáticas ocorridas durante o Cenozóico: o evento Azolla.

Tem-se aqui, somado a grande quantidade de minerais como o fósforo depositado pelos rios, as condições ideais para a proliferação de alguns tipos de pteridófitas aquáticas, como a Azolla, que vivem em água doce (na verdade poucos centímetros de água doce são suficientes para a sua vida) e possuem grande capacidade de reprodução.

A Azolla, em pouco tempo, ocupou uma extensão de 4 milhões de km2 do Oceano Ártico durante 800.000 anos. Sem querer retirar a importância de outros fatores,há com certeza evidências científicas que põem a rápida proliferação dessa planta, num ambiente de extratificação das águas árticas, como responsável por enterrar o carbono atmosférico suficiente para produzir uma redução de 80% do dióxido de carbono existente naquela época.

Foi preciso que a rápida proliferação da planta se combinasse com a extratificação das águas árticas para que a diminuição do CO2 se concretizasse de maneira constante, pois na medida que a planta morria, os seus restos cheios de carbono absorvido da atmosfera eram depositados no fundo do oceano. Restos que eram posteriormente fossilizados sem sofrerem o processo de decomposição por microorganismos, devido a diminuição da concentração de O2 nas águas mais densas e profundas do Ártico.

Esta redução de CO2, trouxe como conseqüência o início de um resfriamento progressivo durante milhões de anos. Para se ter uma idéia, o oceano Ártico reduziu sua temperatura de 13 ºC no início do Eoceno, aos atuais -9 ºC, e o resto do planeta sofreu baixas similares de temperatura.

Possivelmente pela primeira vez na história da Terra, o planeta apresentava camadas de gelo em ambos os pólos. São muitas as evidências da brusca diminuição da temperatura entre aproximadamente 49 e 47 milhões de anos que coincidem com o evento Azolla: entre as mais importantes se encontram nos indícios de "dropstones"(rochas que se encontram fragmentadas abaixo dos estratos sedimentários) no Ártico.

No Eoceno médio se instalou uma instabilidade tectônica, caracterizada por uma quebra no registro sedimentar e por mudanças texturais nos sedimentos, refletindo retrabalhamento. Essa instabilidade tectônica perdurou até o final dessa época.

O Oligoceno durou de 33.7 à 23.8 milhões de anos.

Durente o Oligoceno predominam as rochas sedimentares, com característica principal de intercalação lateral entre fácies marinhas e continentais. Esse registro, no entanto, é descontínuo, e em várias localidades localidades não se encontram rochas dessa época.



Processos formadores de montanhas de larga escala são observados, como por exemplo a Orogenia Ynesiana na América do Norte e a Orogenia Alpina na Europa.





Depois da criação tectônica da Passagem de Drake, quando a Austrália se separou completamente da Antártida durante o Oligoceno, o clima se resfriou consideravelmente devido a aparição da Corrente Circumpolar Antártica que produziu um grande resfriamento do oceano Antártico.

O Mioceno, época que durou de 23.8 à 5.3 milhões de anos, é caracterizado por duas expansões marinhas, separadas por um intervalo onde predominaram os processos formadores de montanhas e, consequentemente de oceanos. Predominam rochas sedimentares, mas rochas vulcânicas são comuns. Rochas ígneas plutônicas ocorrem localizadamente (nas Filipinas, por exemplo).

No Mioceno se produziu um ligeiro aquecimento devido a liberação dos hidratos que desprenderam do dióxido de carbono.

Quando, pela ação dos vulcões do Panamá o continente Sul-Americano se uniu ao Norte-Americano por meio do Istmo do Panamá, a região do Ártico também se resfriou devido ao fortalecimento das correntes de Humboldt e do Golfo e o fim da circulação de correntes marinhas primitivas de águas quentes que atravessavam o planeta de leste a oeste, levando ao último máximo glacial.

As camadas do Mioceno inferior refletem uma grande transgressão do mar, gerando extensas áreas de sedimentação plataformal ou de mar raso.

No mioceno médio, os processos geradores de montanhas são responsáveis por orogêneses localizadas, como a Orogênese Styriana, na Europa, e por fenômenos como a Molassa Suíssa e a Fossa do Rhone ('Rhone Foredeep").

A segunda grande transgressão marinha ocorre no Mioceno superior, reiniciando as condições de sedimentação marinhas. Nos oceanos vários animais como ostras e scallops se desenvolveram muito em tamanho,e outras como os gastrópodes se diversificram bastante.

Muitas barreiras físicas ainda forçavam as faunas à se desenvolverem isoladamente, como na América do Sul, Austrália e Madagascar. A última época do Período Terciário é caracterizada principalmente pela ocorrência de rochas sedimentares, com predominância das formadas por processos marinhos.

O Plioceno, época que durou de 5.3 à 1.8 milhões de anos, engloba dois intervalos relacionados à processos orogenéticos, separados por uma transgressão marinha. Remanescentes dessa expansão do mar são os mares Cáspio, de Aral e Negro.


No Plioceno a temperatura era muito similar à atual, embora a Terra fosse mais árida. A partir do final dessa época a temperatura começou a cair, com vários picos de glaciação.

No mar a vida é muito similar à do Mioceno, com proliferação de espécies na região equatorial. Os mamíferos que viveram nessa época atingiram grandes proporções, como variedades de preguiças e ursos gigantes. Grande parte das áreas continentais eram áreas emersas, gerando conexões entre blocos antes separados, permitindo a migração de faunas.

Nas regiões mais afetadas pelas glaciações a seleção das espécies foi rigorosa, modificando a fauna e a flora em praticamente todos os continentes.

O limite superior dessa época é o aparecimento dos hominídeos (o primeiro fóssil enquadrado nessa categoria é o Australopithecus, do Pleistoceno inferior da África do Sul).

Denomina-se Quaternário o segundo período da era cenozóica que abrange duas épocas com dinâmicas ambientais distintas.

As duas épocas que constituem esse período são:

Pleistoceno, entre 2 milhões de anos e 10.000 anos antes do presente (AP).

As glaciações dominaram o clima e deixaram depósitos trazidos pelo gelo nos locais da sua ocorrência, permitindo que os pesquisadores identificassem a existência de quatro grandes estágios principais de glaciação, sendo:




Biber (há cerca de 2,5 milhões de anos);
Donau (há cerca de 1,8 milhões de anos );
Günz (há cerca de 700 mil anos );
Mindel (há cerca de 500 mil anos );
Riss (há cerca de 300 mil anos );
Würm (há cerca de 150 mil anos).

E dois menos expressivos conhecidos, como Donau e Biber. É importante considerar que cada um desses estágios glaciais foi separado por um período interglacial, ou seja, por um intervalo de tempo mais quente entre duas fases glaciais.

As causas principais dessas glaciações podem estar associadas a fatores astronômicos, uma vez que se conhece, na história geológica da Terra, outros grandes períodos glaciais anteriores ao Quaternário.

atividade de manchas solares, produzindo um aumento de nevascas e de chuvas, e as variações da potência das radiações solares são algumas das características atribuídas para as modificações climáticas ocorridas durante o Quaternário.

O final do Pleistoceno, em regiões tropicais, por exemplo, estaria associado ao clima seco acentuado, enquanto o Holoceno estaria associado ao semi-árido relacionado com o calor atenuado.

Durante as glaciações do Quaternário, quantidade considerável de água foi retida, em áreas litorâneas, sob a forma de gelo, na Europa e na América do Norte, resultando, daí, no abaixamento do nível do mar. Dentre outros eventos naturais, ocorreram, principalmente, fatores, como plataformas expostas a processos subaéreos de erosão, sedimentação e formação de solos.

Os estudos de Geologia, sobre o Quaternário, levam a crer que durante o Pleistoceno o mar deveria se encontrar numa posição de aproximadamente 100 metros abaixo do atual, já que as camadas de gelo e as geleiras dos pólos bloquearam precipitações de chuvas e neve nas áreas de altas latitudes.

Assim, estaríamos diante de um período de regressão. Chama-se período de regressão, em Geologia, o processo de recuo ou abaixamento do nível do mar, e, período de transgressão, o processo de avanço do mar no continente.

Então, quando a água advinda do degelo, posteriormente ao período de regressão, fluiu para o mar, elevando o seu nível, ocorreu um período de transgressão. Por essas razões, acontecimentos como a formação de praias elevadas, florestas submersas e vales inundados pela transgressão imediata da fusão dos gelos, fizeram com que os rios passassem a ser vagarosos, o que conseqüentemente gerou a formação de grandes deltas e amplos pantanais.

Posteriormente, quando o nível do mar desceu outra vez (período de regressão), houve a formação de terraços fluviais no leito dos rios.

O período Quaternário é marcado por fortes mudanças climáticas, com diversos períodos regressivos e transgressivos. A partir dessas considerações, é válido lembrar, também, que durante as fases glaciais do Quaternário, o gelo não formou relevos, apenas deformou os relevos já existentes.

Isso parece ser uma das causas das duas primeiras glaciações (Donau e Biber) apresentarem vestígios duvidosos, sendo comumente desprezadas e até mesmo negadas a sua existência, por alguns pesquisadores.

Cada glaciação acentua mais um pouco o relevo. Em áreas bem planas, por exemplo, quase nada se acentua, mas em áreas com relevo mais rigoroso, cada glaciação acentua mais esse relevo. Somente a partir da glaciação Riss (até agora penúltima), os efeitos do clima frio e das mudanças do nível do mar tornaram-se mais evidentes, inclusive nas áreas intertropicais.
A época Holocena, entre 10.000 anos AP e os nossos dias. O Holoceno inicia-se com o fim da última era glacial principal, a Idade do Gelo.




A Idade do Gelo ou Era Glacial é a designação dada ao período em que a Terra se encontra com uma atmosfera composta por uma quantidade muito elevada de água (umidade excessivamente elevada do ar), quando tem seus ajuntamentos de água bastante ampliados (chegando a atingir a própria atmosfera da Terra), mantendo assim uma temperatura muito baixa (por isso também chamada Idade do Gelo), diminuindo o nível dos Oceanos e gerando condições de vida bastante inóspitas.

Os indícios da existência dessa era são bastante evidentes até mesmo para as nossas épocas.

Segundo levantamentos feitos por estudiosos, o fim do período da Era Glacial, é dado pela mudança da umidade atmosférica, fazendo com que se dê uma diminuição da quantidade de água existente no ar (queda da umidade relativa do ar), gerando assim uma maior acumulação nos oceanos e originando o aquecimento em nível global.

Atualmente, em vésperas de uma nova Era Glacial, já que em média o planeta experimenta 10.000 anos de era quente a cada 90.000 anos de Era de Gelo.

Devido à ação humana (principalmente através de atividades industriais e do desmatamento florestal), o planeta tem experimentado no último século um período de aquecimento cada vez mais acelerado, quando, a esta altura, já deveria estar iniciando sua fase de esfriamento para entrar em uma nova era do gelo.
Foi nesta época que toda a civilização humana se desenvolveu e floresceu. Podemos dizer que é o período que os seres humanos dominaram o Planeta Terra.

Todavia, não será assim para sempre.

4 - O FIM DO PLANETA TERRA:

Estima-se que dentro de 200 milhões de anos, um novo supercontinente (Pangéa Última) irá se formar pela junção da América e da Europa, certamente haverá variações nos níveis de gás carbônico e oxigênio o que poderá levar a novas extinções em massa.


É a tectonia de placas que faz com que a vida floresça na Terra, se adapte ao meio pelos mecanismos da seleção natural e ao mesmo tempo a destrua.

Quando o Núcleo de nosso planta parar de se mover, tudo ficará estático. Os oceanos e a atmosfera entrarão em colapso, sendo levados espaço afora, pois não mais haverá campo magnético em nosso planeta, o qual detém os ventos solares.

O fim do Planeta Terra será como o de Marte. Podemos esperar isso para o próximo bilhão de anos.

Mas não é só isso. Nos próximos 4 bilhões de anos, nosso Sol irá ter queimado todo o seu hidrogênio. Assim, passará a queimar hélio o que o fará crescer tornando-se uma gigante vermelha. Talvez nosso planeta seja engolido. Caso contrário sua superfície restará calcinada e voltará a fundir-se como a Terra primordial.


Nosso Sol colapsará em uma anã branca que é uma estrela densa, pequena e fria. Com isso nosso planeta se transformará em uma eterna bola de gelo até o fim do Universo.






Quanto ao final do universo, temos quatro possibilidades, as quais dependem de sua densidade média e do comportamento futuro da energia escura (força que se opõe à gravidade e faz com que o espaço se expanda; é a constante cosmológica de Einstein, a responsável pelos destinos do Universo):


Big Chill: se o Universo tem uma densidade de massa/energia menor ou extremamente igual ao valor crítico e os efeitos da energia escura forem cortados, pderá haver expansão contínua, mas em uma taxa que cairá lentamente mas sem se esgotar. O Universo sofrerá uma prolongada morte fria. Tal processo ocorrerá da seguinte forma: em 1 trilhão de anos as galáxias esgotam seu gás para formar novas estrelas. Em cerca de 10^25 anos, a maior parte da matéria do universo se resumirá em buracos negros, anãs brancas apagadas, ambos caíndo em buracos negros massivos dos centros das galáxias.









Em 10^32 anos, prótons começarão a decair em radiação, tornando-se em fótons, elétrons, pósitrons e neutrinos. Isso despedaçará toda a matéria que não se encontrar em buracos negros. Após 10^67 anos, os buracos negros começarão a evaporar-se por emissão de partículas e radiação. Em cerca de 10^100 anos o mesmo ocorrerá com os buracos negros super-massivos. O universo será um lugar inteiramente frio e escuro, mergulhado em um mar de fótons e partículas fundamentais.

Big Chill Modificado: Se os efeitos da energia escura permanecerem os mesmos do presente, o Universo se expandirá em uma taxa acelerada, independentemente de sua densidade. As estruturas que não se apresentam ligadas pela gravidade se separarão, ao final a velocidades maiores que a da luz (efeito que pode ocorrer com o espação mas não com a matéria e com a radiação). Isso resultará em uma morte fria e prolongada.


Big Rip: caso a intensidade da energia escura aumente, esta poderá superar todas as forças fundamentais. O Universo se desintegrará totalmente em um grande rasgo. Tal evento poderá ocorrer em 20 ou 30 bilhões de anos. De início, as galáxias seriam dilaceradas, após os sistemas solares. Na seqüência, estrelas e planetas explodiriam e a seguir os átomos e as partículas compostas. O tempo pararia de fluir.



Big Crunch: seria uma grande implosão onde toda a matéria colapsa numa singularidade infinitamente densa e quente. Tal cenário, atualmente é o menos provável, a menos que haja, no futuro, reversão do efeito da energia escura. Isso, se acontecer, ocorreria em bilhões de anos. Este cenário possivelmente poderia levar a um novo big bang, onde haverá um novo começo, possivelmente para a vida como ela é ou bem diferente do que conhecemos.

5- CONCLUSÃO:

Se tudo correr bem, nosso planeta terá o fim esperado, junto com nosso Sol ou com a cessação do movimento de seu núcleo. Talvez, até lá, nossa especie, ou o que evoluir dela, já esteja extinta ou tenha saído em busca ou encontrado um outro mundo para viver.

Mas, certamente, são os eventos da natureza que determinam o que viverá e o que perecerá. São as mudanças em nosso planeta e no Universo que determinam como a seleção natural atuará nas espécies a fim de que evoluam e povoem seus mundos com vida nas mais deversas formas que cada ambiente determinar que ocorra.

Desse modo, a geologia determina a vida dos mundos. Quanto à vida, esta determina como será o clima e a aparência deste mundo.

Assim, seria interessante que a espécie humana pensasse em determinar que o planeta azul continue sendo como tal conhecido, no próximo bilhão de anos, seja para as gerações futuras, seja para os viajantes do espaço.