terça-feira, 16 de outubro de 2012

A FORMAÇÃO DO GONDWANA


A FORMAÇÃO DO GONDWANA
A maioria das rochas do Rio de Janeiro se formou durante a Era Paleozóica, há cerca de 500 milhões de anos atrás. Nessa época vários continentes antigos se aproximaram lentamente e se aglutinaram para formar em um enorme continente chamado Gondwana.
A medida em que os continentes colidiam, suas margens se acavalaram umas sobre as outras, formando cordilheiras de montanhas e levando ao soterramento vastas porções da crosta (casca externa da Terra). A pressão e calor resultantes modificaram as rochas preexistentes, originando os gnaisses que hoje vemos. A temperatura foi alta a ponto de derreter algumas rochas, gerando grandes volumes de magma (rocha fundida).
O resfriamento do magma resultou nos granitos atuais do Rio de Janeiro. O Pão de Açúcar e os enormes paredões que vemos no Rio de Janeiro e Niterói são em sua maioria formados pelo Gnaisse Facoidal: um granito formado e deformado nas porções inferiores da crosta terrestre (pelo menos 25 quilômetros de profundidade). A erosão das rochas mais superficiais trouxe à superfície os gnaisses e granitos que hoje afloram. Os geólogos calcularam a idade de formação do Gnaisse Facoidal em cerca de 560 milhões de anos.
A FORMAÇÃO DO ANTIGO CONTINENTE GONDWANA
Quando dois continentes colidem eles formam outro maior
FORMAÇÃO DO CONTINENTE GONDWANA
A QUEBRA DO GONDWANA
Um longo período geologicamente calmo se seguiu até a Era Mesozóica, há aproximadamente 130 milhões de anos, quando o supercontinente Gondwana se dividiu em vários continentes menores,entre eles a América do Sul. A separação entre a África e a América do Sul formou o Oceano Atlântico, que ainda hoje se alarga imperceptivelmente alguns centímetros por ano.
Os movimentos da crosta durante o Mesozóico formaram a Serra do Mar ao longo do litoral e a Serra da Carioca no Rio de Janeiro, incluindo o Pão de Açúcar. Olhando daqui para o norte podemos ter uma idéia da magnitude dos movimentos verticais da crosta: a diferença de altitude entre a Serra do Mar e as planícies costeiras do Rio de Janeiro chega a mais de 2000 metros!
O clima tropical e a erosão têm sido os escultores, lentos porém persistentes, deste singular monolito que encanta todos os visitantes desde o século 16, bem como os nativos do passado e dopresente.
O ANTIGO CONTINENTE GONDWANA
A SEPARAÇÃO ENTRE A AMÉRICA DO SUL E A ÁFRICA FORMA O OCEANO ATLÂNTICO
A SEPARAÇÃO ENTRE A AMÉRICA DO SUL
E A ÁFRICA FORMA O OCEANO ATLÂNTICO
O PÃO DE AÇÚCAR
A rocha que compõe o Pão de Açúcar foi originalmente um granito que se formou a partir do resfriamento de um magma nas profundezas da crosta. Posteriormente, calor e deformação intensa transformaram (metamorfisaram) o granito em gnaisse com os típicos cristais de feldspato em forma de olhos, como na fotografia abaixo.
O formato peculiar atual da montanha resultou da erosão, que atuou mais intensamente em rochas fraturadas e na camada de gnaisse metassedimentar (metamorfismo sobre rocha sedimentar) que aflora entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca. Esta camada erodiu mais porque o gnaisse metassedimentar se decompõe mais facilmente e forma o solo fértil que favoreceu o crescimento da vegetação.
Foto de Júlio C.H. Almeida
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VEJA COMO A EROSÃO MODELA A PAISAGEM, AGINDO MAIS INTENSAMENTE NAS ROCHAS QUE SE DECOMPÕEM MAIS RAPIDAMENTE.
Pão de Açúcar
Grandes veios dobrados, visíveis na face norte do Pão de Açúcar, dão uma idéia da intensidade da deformação que transformou o granito original em um gnaisse, um tipo de rocha metamórfica.
“A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os minerais, as montanhas e os oceanos. Proteja esta obra-prima!”