terça-feira, 10 de setembro de 2013

Era uma vez o Sol, a Terra e a Lua...

Por Paola Gentile 

Um disco flutua em um rio chamado Oceano, enquanto o Sol passeia em uma carruagem... Sob um céu de pedras preciosas, um barco navega de cabeça para baixo... Os povos antigos criaram as mais incríveis representações como você pode observar nas ilustrações à esquerda para justificar fenômenos naturais que eles não compreendiam, como o dia e a noite e os eclipses. O céu causava medo e temor, mas também admiração e curiosidade. Lendas como essas podem fisgar as crianças para as aulas de astronomia. "O céu nos fascina hoje assim como fascinou nossos antepassados nas épocas mais remotas", garante Walmir Cardoso, presidente da Sociedade Brasileira para o Ensino da Astronomia. As histórias vão mostrar aos alunos diferentes pontos de vista todos certos! "É um exercício de respeito à diversidade cultural."

Depois dessa introdução, vai ficar mais fácil apresentar alguns conceitos, mostrando aos alunos a relação que existe entre Sol, Terra e Lua e os ciclos que ela provoca no nosso planeta. Eles vão perceber, por exemplo, que o dia e a noite acontecem porque a Terra gira em torno de si mesma; que a semana e o mês são conseqüência do movimento da Lua e o ano, da volta que a Terra dá em torno no Sol. "A relação com o calendário ajuda as crianças a entender a importância do estudo dos astros para regular a vida das pessoas", diz Cardoso. Para quem mora no campo, nada melhor do que relacionar os eventos celestes ao plantio e à colheita. Se você está no litoral, o ciclo das marés será sempre um bom motivo para falar de astronomia.

Observar o céu é o primeiro passo para um aprendizado contínuo

Os alunos do Colégio Magno, de São Paulo, têm contato com a astronomia desde a Educação Infantil. O trabalho começa com a leitura de João e Maria a história dos irmãos que são abandonados pelo pai na floresta mas conseguem voltar para casa. É o gancho para falar de como os povos antigos se orientavam pela posição dos astros. Logo depois, as crianças começam a examinar o céu no observatório da escola utilizado por todas as séries em aulas programadas ao longo do ano. Elas também fazem pesquisa na internet e observações noturnas em viagens de estudo do meio. A professora de 3ª série Mirian Rodrigues Caraça começa o ano lendo com a turma uma aventura cósmica, Salvando Gaia, livro de Margareth Fiorini (Ed. Scortecci, edição esgotada). "O enredo, que envolve a salvação do planeta, é o mote para estudar o sistema solar, a formação do dia e da noite e as estações do ano."

O professor deve passar todos esses conceitos, mas sem a pretensão de fazer os pequenos compreenderem tudo de imediato. "A observação constante do céu, ao longo de toda a escolaridade, e a participação em atividades lúdicas e enigmáticas sobre o universo ajudam as crianças a incorporar esses conhecimentos durante a vida", afirma Rodolfo Langhi, pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Para explicar à garotada alguns movimentos celestes, como os eclipses, e esclarecer para os alunos os equívocos mais comuns relacionados aos astros, você pode utilizar uma maquete (veja como construí-la).
 
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
1. Rotação da Terra

O que é?É o giro que ela dá em torno si mesma, com duração de 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos.

O que provoca? Em função desse movimento foram definidos segundo, minutos e hora. Ele explica também o dia e a noite.

Equívocos 

O nascer do Sol É senso comum que o Sol nasce todas as manhãs e se esconde no final do dia. Na verdade, é a Terra que faz sua rotação. À noite, o Sol está iluminando outra face do planeta. Para os alunos perceberem isso, espete um palito ou um alfinete em qualquer lugar da bolinha de isopor que representa o planeta na maquete e faça a Terra girar em torno dela mesma.

Céu estrelado, até de dia 
Nós só vemos as estrelas à noite, mas isso não significa que elas não estejam no céu durante o dia. Acontece que a intensidade da luz do Sol apaga o brilho das outras estrelas e dos planetas, que refletem a luz solar.

2. Translação da Terra 
O que é? É a volta que o planeta dá em torno do Sol, com duração de 365,25 dias. Por convenção, decidiu-se juntar essas frações de dia que sobram todo ano e a cada quatro, no ano bissexto, acrescentar um dia ao mês de fevereiro.

O que provoca? O movimento define o ano e a visualização de céu com diferentes configurações de estrelas.

Equívocos 
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Estações do ano É comum ouvir que o verão ocorre porque a Terra está mais próxima do Sol e o inverno, ao contrário, quando está mais distante. Está errado. A órbita da Terra é quase circular não elíptica como aparece em ilustrações. Por isso ela pouco se afasta do Sol. O seu eixo (linha imaginária que une os pólos) é inclinado (veja ilustração). Isso faz com que o hemisfério sul receba mais energia do Sol durante um semestre e o norte no outro. Os raios solares chegam ao planeta com diferentes inclinações durante o ano. O dia em que um hemisfério recebe o maior ou o menor tempo de insolação é chamado de solstício de verão ou de inverno, respectivamente. O dia em que os hemisférios recebem o mesmo tempo de luminosidade é chamado de equinócio (de primavera ou de outono).

Quatro estações? Quem mora próximo à linha do Equador nossas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste estranha muito essa história de quatro estações. Para essas pessoas, existem somente duas: o inverno (nem é porque faz frio, mas por chover muito) e o verão (época de estiagem). Primavera e outono, só de ouvir falar! Próximo à linha do Equador, os raios solares têm as menores inclinações. A duração das noites e dos períodos claros do dia são equivalentes. Portanto, não existe durante o ano grande alteração na posição em relação ao Sol. Por isso, nessas regiões não há tanta variação climática. O que já não acontece nas áreas que ficam acima do trópico de Câncer e abaixo do trópico de Capricórnio, onde as quatro estações são melhor demarcadas.

Meio-dia sem sombra? Outro senso comum é que o verão se caracteriza por, ao meio-dia, o Sol estar tão a pino que nossa sombra some debaixo dos pés. Na verdade, pelo mesmo motivo anterior, isso só acontece nas regiões entre os trópicos, e apenas em dois dias do ano. Apesar de boa parte de nosso território estar localizada nessa região, o conceito errado pode confundir quem habita a região Sul...

3. Revolução da Lua 
O que é? É a volta que a Lua dá em torno da Terra, com duração de 29 dias, 12 horas, 44 minutos e 2,9 segundos.

O que provoca? É esse movimento em torno da Terra e em relação aos raios solares que define as fases da lua. A partir delas, os povos antigos marcaram as semanas e o mês. A revolução de nosso satélite é responsável, junto com o Sol, pelo sobe-e-desce das marés. E também pelas lindas noites de Lua cheia.

Equívoco 

Onde está a Lua nova? Bem ali, diante de nossos olhos. Mas a parte que seria visível não está iluminada pelo Sol, pois os dois astros encontram-se praticamente no mesmo ângulo de visão em relação à Terra. As outras fases (crescente, cheia e minguante) são resultados da nossa visão da Lua iluminada pelo Sol em diferentes ângulos.

CONSULTORIA: RODOLFO LANGHI, DA UNESP

O universo, na representação dos antigos
Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Um ovo com a Terra no meio: assim era o universo para os chineses, antes da era cristã
 Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Para os babilônios, a Terra era um barco virado no mar e o céu, pedra preciosa.
 Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Os egípcios acreditavam que o universo era uma caixa e o Sol viajava em um barco

Ilustração: Milton Rodrigues Alves
A Terra era um disco dentro de um rio para os gregos e o Sol era puxado por carruagem
 Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Para algumas tribos africanas, o universo era uma cabaça, com as metades unidas por uma serpente
 Ilustração: Milton Rodrigues Alves
Na tribo dos jurunas, quem iluminava o dia eram os filhos de Kuandú, o deus Sol, quando saiam de casa

domingo, 18 de agosto de 2013

O clima no mundo

O clima no mundo

Como é o clima em sua terra?
Você já deve ter ouvido muitas vezes
alguém fazer esta pergunta. Sabe por que? Porque cada terra tem seu clima
próprio.
Existem nove tipos de clima, que vamos conhecer abaixo:
Tropical – Subtropical  Mediterrâneo – Temperado – Alpino – Polar – Árido -
Desértico – Equatorial
Clima Tropical
O clima  caracteriza-se por
temperaturas mais quentes, mas principalmente pela existência de duas estações
bem definidas; a estação da chuva, que acontece no verão e a estação da seca,
própria do inverno. É um clima agradável com temperaturas médias, nem muito
calor, nem muito frio. Tem o nome de tropical porque acontece entre os trópicos
de Câncer (hemisfério Norte) e de Capricórnio  (hemisfério Sul).
O clima tropical pode ser subdividido
em:
Clima tropical equatorial, que ocorre nas regiões próximas à linha do
equador. É uma região de muita chuva, em que quase todos os meses do ano chove
acima de 60 mm. Clima tropicalsSeco, que é caracterizado pela ocorrência de uma
estação seca durante o ano. Nesta estação, o índice médio mensal de chuvas fica
abaixo de 60 mm. Clima tropical de monção, que tem um período do ano em que o
índice de chuvas é muito elevado. Ocorre principalmente na região leste do
continente africano e sul da Índia. Clima tropical de altitude, que é típico de
regiões de altitudes elevadas (serras e regiões montanhosas). As temperaturas
são semelhantes às do clima subtropical e o índice pluviométrico mensal é abaixo
de 60 mm. Ocasionalmente, ocorrem geadas nestas regiões. No Brasil, podemos
citar a região de Serra da Mantiqueira como exemplo de clima tropical de
altitude.
A vegetação do clima tropical apresenta 3 formas
principais:
Floresta galeria ou floresta úmida – Savana alta
- Savana baixa
Floresta galeria ou floresta úmida
A Mata Atlântica é um tipo de floresta tropical úmida, com
grande incidência de palmeiras e coqueiros.
Savana alta
As florestas tropicais da  África são do tipo
de  savana alta.
Savana baixa
No Brasil a savana baixa recebe o nome de cerrado, tem árvores baixas, casca
grossa, raízes profundas.
Clima Subtropical
Tem o nome de Subtropical
porque acontece nas regiões abaixo  dos trópicos (subtropicais),  ao norte do
trópico de Câncer, no hemisfério Norte e ao sul do trópico de Capricórnio, no
hemisfério Sul. Caracteriza-se por verões quentes e invernos frios, com chuva
abundante o ano inteiro. Nas áreas mais baixas, a neve é rara ou nunca
registrada, mas fortes geadas podem atingir toda a área de abrangência deste
clima. Tem verão quente e as temperaturas são superiores a 22ºC no verão e com
mais de 30 mm de chuva no mês mais seco.
O clima subtropical pode ser subdividido
em:

Clima subtropical de altitude, com inverno seco e verão ameno. A
temperatura média do mês mais quente é inferior a 22ºC. Clima subtropical de
inverno seco (com temperaturas inferiores a 18ºC) e verão quente (com
temperaturas superiores a 22ºC). Há também  o clima subtropical úmido, mas que
se enquadra mais no clima temperado (veremos adiante) A vegetação do clima
subtropical apresenta duas  formas principais, diferentes  conforme a altitude
do local:

Floresta  de araucária – Campos ou Pampas
Floresta de araucária
Campos ou Pampas
O principal problema ambiental dos campos é  o
processo  de desertificação.
Clima Mediterrâneo
É, como o nome diz, clima
típico da região do Mar Mediterrâneo, caracterizado por verões quentes e secos
e, invernos frios e chuvosos. Apesar de ser típico do Mar Mediterrâneo, também
aparece em outras regiões litorâneas com caracterìsticas semelhantes.  Os verões
nas regiões localizadas próximas ao Mar Mediterrâneo são menos secos que os das
outras regiões deste clima. O  período de chuva dura de 2 a 4 meses, no inverno,
sendo raro ocorrer precipitações no resto do ano.
A vegetação, na sua forma original, era caracterizada sobretudo por árvores de
pequeno porte, com cascas grossas, duras e grandes ramificações, como os
carvalhos, sobreiros, carrascos, azinheiras e oliveiras, tendo regiões onde
aparecem os pinheiros e o zimbro. Contudo, devido à intervenção humana e
problemas ambientais, as árvores foram substituídas por arbustos, ervas
aromáticas, gramíneas e,até, árvores.
Clima Temperado
É  clima típico das regiões
de alta latitude (distantes da linha do Equador), por  esta razão tem verão
temperado e inverno rigoroso. Acontece entre os trópicos e os círculos polares.
No hemisfério Norte fica entre o trópico de Câncer  e o Círculo Polar Ártico e,
no hemisfério Sul fica entre o trópico de Capricórnio e o Círculo Polar
Antártico. No clima temperado , as quatro estações são bem definidas, com verões
relativamente quentes,  outono com temperaturas mais baixas, quando as folhas
amarelecem para cair totalmente no inverno, um inverno frio, que termina com a
primavera de temperaturas mais altas e a vegetação voltando a ser verde.
O clima temperado pode ser subdivido, de acordo
com a região em que atua:
Clima temperado mediterrânico  (não confundir com
clima mediterrâneo), também chamado de sub-tropical seco para regiões fora da
bacia do Mediterrâneo,  é um tipo de clima presente em poucas áreas do mundo.  O
clima mediterrânico é o único onde a estação fria está associada à estação das
chuvas, é no inverno que chove, sendo que no verão a chuva é quase nula. Os
invernos são caracterizados por temperaturas amenas, devido às correntes
marítimas quentes. Os verões são quentes e secos, mas nas áreas costeiras são
mais frescos devido às correntes frias do oceano. Exemplos de clima
mediterrânico: Lisboa em Portugal , Madri  na Espanha , Roma na Itália e
Santiago no Chile.
O clima temperado subtropical acontece no interior ou nos
litorais leste dos continentes e pode ser considerado como sub-divisão de clima
subtropical. Uma zona com um clima temperado subtropical úmido possui verões
úmidos dado às massas tropicais instáveis, sem estação seca, sendo a temperatura
média do mês mais quente superior a 18ºC.
Os climas temperados marítimos
situam-se, normalmente,ao lado dos climas mediterrânicos, sendo que na Austrália
encontra-se ao lado do temperado subtropical úmido. Os verões são frescos e
nublados, os invernos são frios, porém amenos  se comparados aos de outros
climas a uma latitude semelhante, a chuva ocorre ao longo de todo o ano e não há
meses secos.
O  clima temperado sub-ártico acontece mais perto dos polos que os
climas temperados marítimos e está limitado  a estreitos litorais da parte
ocidental dos continentes, ou em ilhas destes litorais, especialmente no
Hemisfério Norte. Possui quatro estações bem definidas: um verão relativamente
quente, um outono com temperaturas gradativamente mais baixas com o passar dos
dias, um inverno frio, e uma primavera, com temperaturas gradativamente mais
altas com o passar dos dias. A umidade depende da localização e  condições
geográficas da região onde ele acontece.
O clima temperado continental é
próprio das regiões do interior dos continentes . Caracteriza-se por uma
relativa escassez de chuvas, sobretudo no inverno, devido à distância que as
separa das áreas de influencia marítima, e por uma notável amplitude térmica
estacional, com as temperaturas de verão bastante altas que contrastam
fortemente com os invernos, muito frios.  A temperatura média anual é inferior a
10 °C.
As vegetações  das regiões de clima temperado
são as seguintes:
Floresta temperada – Pradaria ou estepe – Vegetação de
montanha – Floresta boreal – Tundra – Maquis e garrigue
Floresta temperada
A floresta temperada tem
uma característica que a faz muito bonita. No outono as folhas adquirem
coloração típica, do vermelho ao castanho, passando pelo alaranjado, dourado e
cobre. Caem e cobrem o solo com espessa camada de matéria orgânica, que permite
o desenvolvimento de musgos. No inverno, sem as folhas, a transpiração é muito
pequena., mas na primavera, com o aumento do nível de radiação solar, há uma
grande profusão de folhas. Encontra-se em grande parte do oeste da América do
Norte, por quase toda a Europa, no oeste da Ásia (Turquia, Geórgia, Azerbaijão e
Irã) e leste da Ásia (Coréia, Japão e parte da China), na Austrália, na Nova
Zelândia e ao sul do Chile, no Hemisfério Sul.
Pradaria ou estepe
As pradarias também são chamadas de estepes, pampas ou campo. No sul da África,
no leste da Europa, no centro da Ásia e no leste da  Austrália recebe o nome de
estepe.No centro dos Estados Unidos e do Canadá chama-se pradaria na Argentina
chama-se pampa e no  sul do Brasil é campo.
Vegetação de montanha
Nos pontos mais elevados – como a cordilheira dos Andes, na América do Sul, as
Montanhas Rochosas, na América do Norte, e a cordilheira do Himalaia, na Ásia
Central – a vegetação é escassa. Sobrevivem ervas e arbustos resistentes �
hostilidade do clima.

Floresta de coníferas
A  floresta boreal de coníferas é  formada de coníferas e pinheiros , que
possuem folhas com superfícies pequenas para reduzir o processo de
evapotranspiração uma vez que a água é escassa, pois a que está presente no solo
está congelada. O formato cônico (pinheiros, por exemplo) das copas ajuda a
evitar o acúmulo de neve. As folhas são revestidas por uma espécie de resina que
evita que as folhas congelem e facilita o retorno ao processo de fotossíntese
logo que se inicia o verão.

Tundra
A tundra é vegetação típica das regiões polares, mas também pode ser encontrada
em grandes altitudes, no alto de grandes montanhas. A vegetação só aparece
durante o curto verão, sendo a maior parte do tempo coberta de neve. Predomina
no extremo norte do hemisfério norte, em partes do Canadá, do Alasca, da
Federação Russa, da Groenlândia e da Noruega.

Maquis e guarrigue
Maquis e garrigue, próprias da região mediterrânea. Maquis é uma zona de mato
que se encontra na região mediterrânica, composto por arbustos muito densos e de
difícil penetração. Já o garrigue, caracteriza-se por ser uma vegetação mais
baixa e é composto por ervas aromáticas como o alecrim e a alfazema.
Clima Alpino
Tem este nome porque acontece
no alto da Cordilheira dos Alpes, a mais alta da Europa, em cujo cume há sempre
neve, porque o frio é cortante. Este clima é mais frio nas áreas elevadas, pois
os raios do sol não aquecem a atmosfera diretamente, ela é aquecida pelo calor
que emana da superfície, recebido dos raios solares. Neste clima as estações são
bem definidas, com invernos rigorosos. As folhas  das árvores não amarelecem no
outono nem caem no inverno, porque a vegetação destas regiões é própria para
aguentar altas temperaturas.
Clima Polar
O clima polar é um clima de
baixa temperatura o ano inteiro, sendo sua mais alta temperatura 10⁰ C, por isso
a região de clima polar está sempre coberta de gelo, mesmo no verão. Nestas
regiões não há concentração de calor, o sol fica sempre baixo no horizonte na
época do verão, e no inverno ele nem aparece. É nesta região que há o Sol da
Meia Noite, um fenômeno que acontece nos polos,  porque durante os três meses de
verão ele não se pôe. Em compensação, durante os três meses de inverno ele não
aparece. Também há outro fenômeno climático raro e maravilhoso, a Aurora Boreal
(no hemisfério Norte) e Aurora Austral (no hemisfério Sul). A aurora polar é um
fenômeno óptico composto de um brilho observado nos céus noturnos em regiões
próximas a zonas polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar
no campo magnético terrestre. (Veja foto à direita). As regiões de clima polar
são dividas em duas de acordo com a média de temperatura. Nas regiões de menor
latitude a temperatura média fica em torno dos 10ºC o que ainda permite a
ocorrência de um tipo de vegetação chamado tundra. A partir de certa latitude o
clima polar é tão rigoroso que nenhuma vegetação é capaz de sobreviver. Nele
predominam as enormes geleiras permanentes (as calotas polares).
Só há um tipo de vegetação polar, a Tundra, uma  formação vegetal própria do
clima polar ou glacial, é muito rasteira, constituída por ervas, musgos e
líquens.
Tundra polar
Clima Árido
O clima árido se caracteriza
pelo fato da evaporação e transpiração da planta ser maior que o volume de chuva
que cai na terra, então a planta seca muito rapidamente. Deve-se a diferentes
causas, como a disposição do relevo ou a presença de correntes marinhas frias
que condensan a humidade e dão origem a desertos costeiros.
São tipos de clima árido os climas semi-áridos e os desértico.
Clima semi-árido
O clima semi-árido é um
tipo de clima caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na
classificação mundial do clima, o clima semi-árido é aquele que apresenta
precipitação de chuvas média entre 300 mm e 800 mm, muito baixa o que leva a um
tipo de vegetação pobre, rasteira e característica para reter a evaporação
rápida. É o clima típico do nordeste brasileiro, com vegetação baixa e rasteira,
por causa da falta de chuva e evaporação rápida devido ao clima quente, cujo
tipo de planta mais comum são as cactáceas e os capins ralos; é  a vegetação  de
caatinga. Este tipo de vegetação pode acontecer, também, em grandes altitudes do
clima temperado.
Clima Desértico
É o tipo de clima mais
seco, onde o índice poluviométrico é muito baixo. A temperatura é muito alta,
acima de 42⁰ durante o dia, mas as noites são extremamente frias, com
temperatura de 0⁰. A maioria dos desertos quentes se localizam entre os
trópicos, mas o deserto de menor índice pluviométrico é o de Atacama, que fica
em uma região subtropical e é frio. A vegetação do deserto é nula, mas em alguns
pontos, onde aparece um olho d’água, há vegetação de palmeiras e tamareiras. São
os oasis.

Clima equatorial
O clima equatorial ocorre
na zona mais quente do planeta, na linha do Equador, onde a  temperatura é alta
e o índice de pluviosidade é grande, chove quase todos os dias, o que torna o
clima quente e úmido. O clima é sempre uniforme com calor e chuva o ano inteiro.
A vegetação típica é a floresta equatorial, densa, exuberante com árvores
enormes.
O mapa abaixo mostra as regiões climáticas do
mundo.

Climas Quentes

Climas Quentes

Os climas quentes situam-se, como o nome indica, na zona quente (entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio).

1. Clima Equatorial

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UMA ESTAÇÃO QUENTE E HÚMIDA:
- Temperatura: elevada todo o ano.
- Precipitação: elevada todo o ano.
- Amplitude térmica: muito reduzida.
- Meses secos: nenhum.

LOCALIZAÇÃO:

Regiões junto ao equador.

VEGETAÇÃO:
Floresta equatorial - floresta muito densa, com grande variedade de espécies vegetais.
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Floresta equatorial

2. Clima Tropical Húmido

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DUAS ESTAÇÕES, UMA QUENTE E HÚMIDA (longa) E OUTRA QUENTE E SECA (curta)

- Temperatura: elevada todo o ano.
- Precipitação: elevada na maior parte do ano.
- Amplitude térmica: muito reduzida.
- Meses secos: poucos (3 no exemplo).

LOCALIZAÇÃO:
Regiões à volta do equador.

VEGETAÇÃO: 
Floresta tropical: floresta menos densa do que a equatorial.
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Floresta tropical

3. Clima Tropical Seco

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DUAS ESTAÇÕES, UMA QUENTE E SECA (longa) E UMA QUENTE E HÚMIDA (curta)

- Temperatura: elevada ao longo do ano
- Precipitação: elevada apenas numa parte do ano, baixa na maior parte.
- Amplitude térmica: reduzida.
- Meses secos: mais de 6.

LOCALIZAÇÃO:
- Regiões em redor dos desertos quentes.

VEGETAÇÃO:
- Savana: vegetação herbácea com algumas árvores dispersas.
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Savana

4. Clima Desértico Quente

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UMA ESTAÇÃO QUENTE E SECA:

- Temperatura: elevada ao longo do ano.
- Precipitação: muito reduzida ao longo de todo o ano.
- Amplitude térmica: média/elevada
- Meses secos: todos.

LOCALIZAÇÃO:
Desertos quentes, junto aos trópicos de Câncer e de Capricórnio.

VEGETAÇÃO:
Desértica, quase inexistente (apenas alguns cactos e outras plantas de raízes profundas).
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sábado, 17 de agosto de 2013

Evolução histórica do conceito de savana e a sua relação com o Cerrado brasileiro

Evolução histórica do conceito de savana e a sua relação com o Cerrado brasileiro
Por Fabiana de Gois Aquino
José Roberto Rodrigues Pinto
José Felipe Ribeiro
10/02/2009
Agrupar a vegetação de uma região, de um país ou do planeta em categorias de fácil reconhecimento parece, inicialmente, uma tarefa simples. Entretanto, os critérios, as observações subjetivas, as escalas e outras variáveis consideradas no método de classificação adotado dificultam que um mesmo padrão possa emergir nos diferentes sistemas propostos por distintos autores. Embora certa uniformidade na conceituação e na terminologia seja desejada, é muito difícil que um modelo universal defina ou represente fielmente uma tipologia vegetacional, uma vez que as paisagens apresentam variações e particularidades locais e regionais. Além disso, influenciam sobremaneira no produto final da classificação, o tamanho da área, a escala e a ordem hierárquica dos critérios e conceitos utilizados na separação das categorias.
Para a savana não é diferente. Talvez, de todos os tipos de vegetação, a savana seja a mais difícil de definir, pois sua distribuição e origem são controversas, já dizia em 1960 a geobotânica Mônica Mary Cole. A definição de savana e a evolução histórica deste termo são polêmicas e têm sido frequentemente colocadas em pauta nos vários fóruns de discussões acadêmicas ao longo das últimas décadas. Apesar de bastante debatido, o assunto ainda desperta controvérsias em função do alto número de interpretações. Na literatura científica, são encontradas mais de duas centenas de termos técnicos relacionados à palavra savana. Esse elevado número está associado à grande quantidade de tipologias vegetacionais classificadas como savana.
Escrever em poucas páginas sobre um assunto tão extenso não é fácil. A intenção apresentada aqui é oferecer uma visão geral das principais linhas de pensamento e pontos de divergências, bem como apresentar a contribuição de alguns atores envolvidos na árdua empreitada de ordenar conceitos, visões e impressões sobre as savanas do nosso planeta. Como a literatura aponta, embora essa discussão conceitual possa parecer inócua, ela tem implicações práticas diretas, pois dependendo do conceito adotado, a distribuição geográfica, a extensão da savana no mundo e a quantificação da biodiversidade muda drasticamente, refletindo nas políticas e estratégias para sua conservação.
Historicamente, a evolução do conceito está associada aos critérios usados na definição e/ou na classificação das savanas no mundo. Grande parte das definições de savana disponíveis na literatura inclui aspectos fisionômicos, climáticos (estacionais), latitudinais, geográficos, florísticos e ecológicos (por exemplo: competição e fogo), além de sugerir o importante papel do tempo geológico. Entretanto, existem variações no peso dos critérios usados em cada um dos diferentes sistemas de classificação, culminando, conseqüentemente, nas diferenças terminológicas.
De acordo com Cole, o termo savana é ameríndio (nativo do continente americano) e foi citado pela primeira vez, em 1535, pelo historiador e escritor espanhol Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés em um trabalho nas Índias, para descrever “terra que está sem árvores, mas com muita erva alta e baixa” (Cole, 1986).
Segundo os levantamentos realizados pelo pesquisador Bruno Machado Teles Walter, da Embrapa, até meados do século XIX, o termo savana foi aplicado para descrever os tipos vegetacionais desprovidos de árvores, localizados no Caribe e na América do Sul. Esse pesquisador chamou atenção para o fato de que “embora, atualmente (no Brasil), o público leigo associe savana a um domínio vegetacional do continente africano (e não sul-americano), local de morada dos grandes mamíferos do planeta, foi somente muito tempo depois de sua origem histórica, que o termo foi aplicado naquele continente e em outras partes do globo” (Walter, 2006).
Em seus estudos, Walter ressaltou que o botânico e fitogeógrafo alemão August Heinrich Rudolph Grisebach, em 1872, parece ter sido o primeiro a usar o termo savana com significado mais difundido até o presente, ou seja, utilizando o termo para designar paisagens com poucas árvores espalhadas em um ambiente graminóide em outros lugares do mundo e não apenas em paisagens da América do Sul. Posteriormente, o ecólogo alemão Oscar Drude e o fitogeógrafo francês Andreas Franz Wilhelm Schimper estenderam o conceito de savana para a vegetação com ocorrência esparsa de arbustos e árvores (Drude, 1890; Schimper, 1898); seguidos por várias outras tentativas de definir com exatidão o termo. Porém, como o termo passou a ser aplicado em diferentes partes do planeta, distintas definições foram incorporadas ao longo do tempo com significados até mesmo conflitantes em função de particularidades de cada região.
Uma grande contribuição para o entendimento sobre as savanas mundiais pode ser creditada ao médico-ecólogo francês François Bourliére, que, em conjunto com autoridades no tema, publicaram em 1983 o livro intitulado: Ecosystems of the world 13: tropical savannas, mostrando as características das savanas em todos os continentes. Para eles, existem alguns fatores que, em conjunto, determinam a formação da savana, entre eles as condições climáticas, edáficas, hidrológicas e geomorfológicas, além do fogo e pastejo.
Atualmente, o termo savana tem sido utilizado de forma ampla para designar diferentes formações vegetacionais no mundo, muitas vezes se referindo a conceitos conflitantes. Para as duas escolas tradicionais em estudos ecológicos, a escola européia e a americana, a principal diferença em termos conceituais está na área de distribuição geográfica das savanas na Terra. Para as escolas seguidoras da corrente européia, as savanas ocorrem na zona tropical, localizada entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio (22,5º norte e sul da linha do Equador). Por outro lado, para a corrente americana, as savanas ocorrem além da zona tropical, estendendo-se para a zona subtropical (entre 23º e 35º ao sul do Trópico de Capricórnio e 23º e 35º ao norte do Trópico de Câncer), incluindo no conceito parte da vegetação estépica do continente norte americano.
Além da diferença quanto à área de ocorrência da savana, outro ponto de divergência está na inclusão ou não das fitofisionomias arbóreas e das essencialmente herbáceas na sua definição. Geralmente, o conceito de savana está relacionado aos aspectos fisionômicos da vegetação. Exemplo disso são os inúmeros termos encontrados na literatura, os quais fazem, via de regra, inferências sobre a presença ou não de árvores, arbustos ou apenas campo (savana arborizada = savanna woodland, savana arbustiva = savanna scrub, savana parque = savanna parkland, savana herbácea = savanna grassland). Menos usual está o emprego do termo relacionado com as condições ambientais locais, por exemplo, savana estacional = savanna seasonal, savana hipersasonal = savanna hyperseasonal. Há ainda quem separe as áreas de savanas no mundo em função das condições macroclimáticas, por exemplo, savana úmida = savanna wed e savana seca = savanna dry.
Para outros autores, como o professor George Eiten, as savanas no mundo podem ser agrupadas numa macroescala de acordo com as condições climáticas regionais, onde a sazonalidade no regime pluviométrica seria o fator determinante para ocorrência da vegetação savânica, por exemplo, no continente africano (Eiten, 1982). Por outro lado, as savanas também poderiam ser determinadas pelas condições edáficas, onde as propriedades físico-químicas do solo é que determinariam a ocorrência desse tipo de vegetação, como é o caso das savanas amazônicas, na América do Sul. Na região Norte do Brasil, o clima é favorável para a formação da Floresta Tropical Úmida, no entanto, na região amazônica há manchas de vegetação savânica que, certamente, são reflexos das condições edáficas locais.
Voltando à discussão conceitual, de acordo com a visão antiga do termo, a savana pode ser entendida como um tipo de vegetação desprovida de árvores e com abundante estrato herbáceo. Por outro lado, na visão moderna e mais ampla, o termo savana, em geral, pode ser definido como a vegetação caracterizada por um estrato graminoso contínuo ou descontínuo com presença de árvores e arbustos dispersos na paisagem (ver Collinson, 1988). Dentro desse conceito, as savanas podem ser encontradas na América do Sul, África, Oceania e Ásia. A savana é considerada o quarto maior bioma mundial em área, com cerca de 15 milhões de km 2, que correspondem a cerca de 33% da superfície continental da Terra, 40% da faixa tropical e abriga 20% da população mundial ( Whittaker, 1975; Mistry, 2000)
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Distribuição das savanas no planeta.
Na América do Sul, a savana é o segundo maior tipo de vegetação em extensão, atrás apenas da Floresta Tropical Úmida (florestas Amazônica e Atlântica). No entanto, não é consensual quais os tipos de vegetação compõe a savana no continente sul americano. O mais aceito é considerar como savana o Cerrado brasileiro, os Llanos venezuelanos e colombianos do rio Orinoco, e os Llanos de Mojos da Bolívia. Por outro lado, a Gran Sabana, nas Guianas, o Chaco boliviano, as savanas amazônicas, o Pantanal e a Caatinga, no Brasil, são alguns dos exemplos de divergência quanto à sua inclusão ou não no conceito.
O professor Eiten, em um trabalho pioneiro sobre as savanas brasileiras, no início da década de 80, agrupou a vegetação savânica brasileira em cinco categorias climático-geográficas: Brasil sul (southern Brazil), região de campos limpos; Floresta Atlântica (Atlantic Forest region), onde ocorrem campos de altitude e/ou rupestres; Brasil central (central Brazil), no domínio do Cerrado e Pantanal; Brasil nordeste (north-eastern Brazil), no domínio da Caatinga; e Amazônia (the Amazon region), onde ocorrem as “savanas amazônicas”, ou seja, para Eiten, as savanas são encontradas em todas as regiões brasileiras (Eiten, 1982). Já para o pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Carlos Toledo Rizzini, em seu livro intitulado Tratado de Fitogeografia do Brasil, no Brasil, a palavra savana “só devia-se empregar, restritamente, para indicar o Cerrado” (Rizzini 1997), enfatizando mais uma vez as diferenças de interpretação.
De acordo com os pesquisadores da Embrapa, José Felipe Ribeiro e Bruno Machado Teles Walter, o Cerrado é um “complexo vegetacional que possui relações ecológicas e fisionômicas com outras savanas da América tropical e de continentes como a África e Austrália”. Para eles, o Cerrado é uma palavra que possui três acepções técnico-científicas. A primeira e mais abrangente, aplica-se ao bioma situado predominantemente no Brasil Central; a segunda, Cerrado sentido amplo (cerrado lato sensu), refere-se ao conjunto das formações savânicas e campestres do bioma; e a terceira, Cerrado sentido restrito (cerrado stricto sensu), indica um dos tipos fitofisionômicos que ocorre com maior freqüência na formação savânica, definido por sua composição florística e fisionomia.
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Distribuição dos biomas brasileiros. Bioma Cerrado na parte
central do território brasileiro (cor rosa).

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Para alguns autores, como o professor Leopoldo Coutinho, da Universidade de São Paulo, o bioma Cerrado vai da fitofisionomia do Campo Limpo ao Cerradão, num gradiente crescente do componente lenhoso (ver Coutinho, 1978). Para outros autores, como os pesquisadores Ribeiro e Walter, o Cerrado é composto por um mosaico fitofisionômico que contempla as formações campestres (por exemplo, Campo Limpo), formações savânicas (por exemplo, Cerrado sentido restrito) e formações florestais (por exemplo, Matas de Galeria) (ver Ribeiro e Walter, 2008). Dentro desse contexto, a vegetação classificada como savana apresenta características estruturais intermediárias entre as formações campestres e as formações florestais do Cerrado, por exemplo, Campo Limpo e Cerradão, respectivamente. Portanto, o bioma como um todo não é savana, uma vez que nele ocorrem florestas e campos puros, mas é caracterizado, primordialmente, por uma típica vegetação de savana que ocupa a maior parte da área de domínio do bioma.
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Cerrado sentido restrito.
Foto: José Felipe Ribeiro.
A grande divergência entre esses sistemas de classificação, bem como do conceito de Cerrado, está na inclusão ou não das fitofisionomias mais abertas e as mais fechadas como bioma Cerrado e como savana. Tanto Coutinho (conceito mais restritivo) quanto Ribeiro e Walter (conceito mais amplo) consideram o Cerrado como savana (Coutinho 2006; Ribeiro e Walter 2008). A diferença está na definição de quais fisionomias compõe esse bioma, ou seja, se devemos incluir as formações campestres e as florestais na definição de Cerrado. Enfim, considerando apenas o aspecto fisionômico, o Cerrado pode ser então considerado como savana, pois, cerca de 80% a 90% do Brasil Central é caracterizado como vegetação savânica (Cerrado sentido restrito e Campo Sujo), enquanto que o restante é ocupado pelas formações florestais e campestres (Eiten, 1972; 1978).
Segundo Walter, “não há como excluir o Cerrado sentido restrito do conceito de savana, qualquer que seja a definição adotada”. No entanto, ele salienta que “já o Cerrado sentido amplo e o bioma são realmente de análise mais complexa”, concluindo que “realmente o Cerrado não é meramente um sinônimo brasileiro de savana, mas sim um componente deste conceito”, como já havia afirmado o professor Eiten na década de 70 (Eiten, 1972; 1978).
Por fim, para que o termo savana possa ser usado satisfatoriamente, é preciso levar em conta as diferentes interpretações existentes. Por isso, é importante a observação do professor Coutinho: “os termos empregados para definir uma tipologia vegetacional deveriam ser seguidos pelos conceitos que os autores fazem deles para evitar confusões, pois nem sempre seus conceitos coincidem entre si” (Coutinho, 2006). Como os conceitos não são coincidentes, é fundamental que o autor entenda e esclareça qual a definição está utilizando e seja coerente durante todo o texto.
Fabiana de Gois Aquino é pesquisadora da Embrapa Cerrados; José Roberto Rodrigues Pinto é professor do Departamento de Engenharia Florestal, da Universidade de Brasília, e José Felipe Ribeiro é pesquisador da Embrapa Sede.
Bibliografias consultadas
Ab'Sáber, A. N. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 2ª Edição. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003. p. 115-135.
Bourliére, F. Ecosystems of the world 13: tropical savannas. Amsterdan: Oxford, New York: Elsevier Scientific Publishing Company, 1983. 730p.
Cole, M. M. The savannas: biogeography and geobotany. London: Academic Press, 1986. 438p.
Collinson, A.S. Introduction to world vegetation. Unwin Hyman Ltda. 1988.
Coutinho, L. M. “Ecological effects of fire in brazilian Cerrado”. In: Huntley, B. J. e Walker, B. H. (Eds.). Ecology of Tropical Savannas. Berlin: Springer-Verlag, 1982, p. 273-292.
Coutinho, L. M. “O conceito de Cerrado”. Revta. Brasil. Bot. n.1, p. 17-23. 1978.
Coutinho, L. M. “O conceito de bioma”. Acta bot. bras. n.20, v.1, p. 13-23. 2006.
Drude, O. Handbuch der pflanzengeographie. Stuttgart: Engelhorn, 1890. 582p.
Eiten, G. “Vegetation forms ”. Boletim, 4. São Paulo: Instituto de Botânica, v.4, 1968. 88p.
Eiten, G. “The cerrado vegetation of Brazil ”. The Botanical Review. n.38, v.2, p. 201-340. 1972.
Eiten, G. “Delimitação do conceito de cerrado”. Arquivos do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. v.21, p.125-134, 1977.
Mistry, J. World savannas. Ecology and human use. Longman (Pearson Education). Harlow. 2000.
Oliveira, P. S.; Marquis, R. J. (Eds.). The Cerrado of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical Savanna. New York: Columbia University Press. 2002.
Ribeiro, J. F.; Walter, B. M. T. “Fitofisionomias do Bioma Cerrado”. In: Sano, S. M.; Almeida, S. P. e Ribeiro, J. F. (Eds.). Cerrado: ecologia e flora.
Rizzini, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2 a Edição. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda. 1997. 747 p.
Walter, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. 2006. 389p.
Walter, B. M. T.; Carvalho, A. M. e Ribeiro, J. F. “O conceito de savana e de seu componente Cerrado”. In: Sano, S. M.; Almeida, S. P. e Ribeiro, J. F. (Eds.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2008, p. 19-45.
Whittaker, R. H. Communities and ecosystems. New York: Macmillan Publishing Co, 1975. 385p. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2008, p. 151-212.

Evolução histórica do conceito de savana e a sua relação com o Cerrado brasileiro

Evolução histórica do conceito de savana e a sua relação com o Cerrado brasileiro
Por Fabiana de Gois Aquino
José Roberto Rodrigues Pinto
José Felipe Ribeiro
10/02/2009
Agrupar a vegetação de uma região, de um país ou do planeta em categorias de fácil reconhecimento parece, inicialmente, uma tarefa simples. Entretanto, os critérios, as observações subjetivas, as escalas e outras variáveis consideradas no método de classificação adotado dificultam que um mesmo padrão possa emergir nos diferentes sistemas propostos por distintos autores. Embora certa uniformidade na conceituação e na terminologia seja desejada, é muito difícil que um modelo universal defina ou represente fielmente uma tipologia vegetacional, uma vez que as paisagens apresentam variações e particularidades locais e regionais. Além disso, influenciam sobremaneira no produto final da classificação, o tamanho da área, a escala e a ordem hierárquica dos critérios e conceitos utilizados na separação das categorias.
Para a savana não é diferente. Talvez, de todos os tipos de vegetação, a savana seja a mais difícil de definir, pois sua distribuição e origem são controversas, já dizia em 1960 a geobotânica Mônica Mary Cole. A definição de savana e a evolução histórica deste termo são polêmicas e têm sido frequentemente colocadas em pauta nos vários fóruns de discussões acadêmicas ao longo das últimas décadas. Apesar de bastante debatido, o assunto ainda desperta controvérsias em função do alto número de interpretações. Na literatura científica, são encontradas mais de duas centenas de termos técnicos relacionados à palavra savana. Esse elevado número está associado à grande quantidade de tipologias vegetacionais classificadas como savana.
Escrever em poucas páginas sobre um assunto tão extenso não é fácil. A intenção apresentada aqui é oferecer uma visão geral das principais linhas de pensamento e pontos de divergências, bem como apresentar a contribuição de alguns atores envolvidos na árdua empreitada de ordenar conceitos, visões e impressões sobre as savanas do nosso planeta. Como a literatura aponta, embora essa discussão conceitual possa parecer inócua, ela tem implicações práticas diretas, pois dependendo do conceito adotado, a distribuição geográfica, a extensão da savana no mundo e a quantificação da biodiversidade muda drasticamente, refletindo nas políticas e estratégias para sua conservação.
Historicamente, a evolução do conceito está associada aos critérios usados na definição e/ou na classificação das savanas no mundo. Grande parte das definições de savana disponíveis na literatura inclui aspectos fisionômicos, climáticos (estacionais), latitudinais, geográficos, florísticos e ecológicos (por exemplo: competição e fogo), além de sugerir o importante papel do tempo geológico. Entretanto, existem variações no peso dos critérios usados em cada um dos diferentes sistemas de classificação, culminando, conseqüentemente, nas diferenças terminológicas.
De acordo com Cole, o termo savana é ameríndio (nativo do continente americano) e foi citado pela primeira vez, em 1535, pelo historiador e escritor espanhol Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés em um trabalho nas Índias, para descrever “terra que está sem árvores, mas com muita erva alta e baixa” (Cole, 1986).
Segundo os levantamentos realizados pelo pesquisador Bruno Machado Teles Walter, da Embrapa, até meados do século XIX, o termo savana foi aplicado para descrever os tipos vegetacionais desprovidos de árvores, localizados no Caribe e na América do Sul. Esse pesquisador chamou atenção para o fato de que “embora, atualmente (no Brasil), o público leigo associe savana a um domínio vegetacional do continente africano (e não sul-americano), local de morada dos grandes mamíferos do planeta, foi somente muito tempo depois de sua origem histórica, que o termo foi aplicado naquele continente e em outras partes do globo” (Walter, 2006).
Em seus estudos, Walter ressaltou que o botânico e fitogeógrafo alemão August Heinrich Rudolph Grisebach, em 1872, parece ter sido o primeiro a usar o termo savana com significado mais difundido até o presente, ou seja, utilizando o termo para designar paisagens com poucas árvores espalhadas em um ambiente graminóide em outros lugares do mundo e não apenas em paisagens da América do Sul. Posteriormente, o ecólogo alemão Oscar Drude e o fitogeógrafo francês Andreas Franz Wilhelm Schimper estenderam o conceito de savana para a vegetação com ocorrência esparsa de arbustos e árvores (Drude, 1890; Schimper, 1898); seguidos por várias outras tentativas de definir com exatidão o termo. Porém, como o termo passou a ser aplicado em diferentes partes do planeta, distintas definições foram incorporadas ao longo do tempo com significados até mesmo conflitantes em função de particularidades de cada região.
Uma grande contribuição para o entendimento sobre as savanas mundiais pode ser creditada ao médico-ecólogo francês François Bourliére, que, em conjunto com autoridades no tema, publicaram em 1983 o livro intitulado: Ecosystems of the world 13: tropical savannas, mostrando as características das savanas em todos os continentes. Para eles, existem alguns fatores que, em conjunto, determinam a formação da savana, entre eles as condições climáticas, edáficas, hidrológicas e geomorfológicas, além do fogo e pastejo.
Atualmente, o termo savana tem sido utilizado de forma ampla para designar diferentes formações vegetacionais no mundo, muitas vezes se referindo a conceitos conflitantes. Para as duas escolas tradicionais em estudos ecológicos, a escola européia e a americana, a principal diferença em termos conceituais está na área de distribuição geográfica das savanas na Terra. Para as escolas seguidoras da corrente européia, as savanas ocorrem na zona tropical, localizada entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio (22,5º norte e sul da linha do Equador). Por outro lado, para a corrente americana, as savanas ocorrem além da zona tropical, estendendo-se para a zona subtropical (entre 23º e 35º ao sul do Trópico de Capricórnio e 23º e 35º ao norte do Trópico de Câncer), incluindo no conceito parte da vegetação estépica do continente norte americano.
Além da diferença quanto à área de ocorrência da savana, outro ponto de divergência está na inclusão ou não das fitofisionomias arbóreas e das essencialmente herbáceas na sua definição. Geralmente, o conceito de savana está relacionado aos aspectos fisionômicos da vegetação. Exemplo disso são os inúmeros termos encontrados na literatura, os quais fazem, via de regra, inferências sobre a presença ou não de árvores, arbustos ou apenas campo (savana arborizada = savanna woodland, savana arbustiva = savanna scrub, savana parque = savanna parkland, savana herbácea = savanna grassland). Menos usual está o emprego do termo relacionado com as condições ambientais locais, por exemplo, savana estacional = savanna seasonal, savana hipersasonal = savanna hyperseasonal. Há ainda quem separe as áreas de savanas no mundo em função das condições macroclimáticas, por exemplo, savana úmida = savanna wed e savana seca = savanna dry.
Para outros autores, como o professor George Eiten, as savanas no mundo podem ser agrupadas numa macroescala de acordo com as condições climáticas regionais, onde a sazonalidade no regime pluviométrica seria o fator determinante para ocorrência da vegetação savânica, por exemplo, no continente africano (Eiten, 1982). Por outro lado, as savanas também poderiam ser determinadas pelas condições edáficas, onde as propriedades físico-químicas do solo é que determinariam a ocorrência desse tipo de vegetação, como é o caso das savanas amazônicas, na América do Sul. Na região Norte do Brasil, o clima é favorável para a formação da Floresta Tropical Úmida, no entanto, na região amazônica há manchas de vegetação savânica que, certamente, são reflexos das condições edáficas locais.
Voltando à discussão conceitual, de acordo com a visão antiga do termo, a savana pode ser entendida como um tipo de vegetação desprovida de árvores e com abundante estrato herbáceo. Por outro lado, na visão moderna e mais ampla, o termo savana, em geral, pode ser definido como a vegetação caracterizada por um estrato graminoso contínuo ou descontínuo com presença de árvores e arbustos dispersos na paisagem (ver Collinson, 1988). Dentro desse conceito, as savanas podem ser encontradas na América do Sul, África, Oceania e Ásia. A savana é considerada o quarto maior bioma mundial em área, com cerca de 15 milhões de km 2, que correspondem a cerca de 33% da superfície continental da Terra, 40% da faixa tropical e abriga 20% da população mundial ( Whittaker, 1975; Mistry, 2000)
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Distribuição das savanas no planeta.
Na América do Sul, a savana é o segundo maior tipo de vegetação em extensão, atrás apenas da Floresta Tropical Úmida (florestas Amazônica e Atlântica). No entanto, não é consensual quais os tipos de vegetação compõe a savana no continente sul americano. O mais aceito é considerar como savana o Cerrado brasileiro, os Llanos venezuelanos e colombianos do rio Orinoco, e os Llanos de Mojos da Bolívia. Por outro lado, a Gran Sabana, nas Guianas, o Chaco boliviano, as savanas amazônicas, o Pantanal e a Caatinga, no Brasil, são alguns dos exemplos de divergência quanto à sua inclusão ou não no conceito.
O professor Eiten, em um trabalho pioneiro sobre as savanas brasileiras, no início da década de 80, agrupou a vegetação savânica brasileira em cinco categorias climático-geográficas: Brasil sul (southern Brazil), região de campos limpos; Floresta Atlântica (Atlantic Forest region), onde ocorrem campos de altitude e/ou rupestres; Brasil central (central Brazil), no domínio do Cerrado e Pantanal; Brasil nordeste (north-eastern Brazil), no domínio da Caatinga; e Amazônia (the Amazon region), onde ocorrem as “savanas amazônicas”, ou seja, para Eiten, as savanas são encontradas em todas as regiões brasileiras (Eiten, 1982). Já para o pesquisador do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Carlos Toledo Rizzini, em seu livro intitulado Tratado de Fitogeografia do Brasil, no Brasil, a palavra savana “só devia-se empregar, restritamente, para indicar o Cerrado” (Rizzini 1997), enfatizando mais uma vez as diferenças de interpretação.
De acordo com os pesquisadores da Embrapa, José Felipe Ribeiro e Bruno Machado Teles Walter, o Cerrado é um “complexo vegetacional que possui relações ecológicas e fisionômicas com outras savanas da América tropical e de continentes como a África e Austrália”. Para eles, o Cerrado é uma palavra que possui três acepções técnico-científicas. A primeira e mais abrangente, aplica-se ao bioma situado predominantemente no Brasil Central; a segunda, Cerrado sentido amplo (cerrado lato sensu), refere-se ao conjunto das formações savânicas e campestres do bioma; e a terceira, Cerrado sentido restrito (cerrado stricto sensu), indica um dos tipos fitofisionômicos que ocorre com maior freqüência na formação savânica, definido por sua composição florística e fisionomia.
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Distribuição dos biomas brasileiros. Bioma Cerrado na parte
central do território brasileiro (cor rosa).

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Para alguns autores, como o professor Leopoldo Coutinho, da Universidade de São Paulo, o bioma Cerrado vai da fitofisionomia do Campo Limpo ao Cerradão, num gradiente crescente do componente lenhoso (ver Coutinho, 1978). Para outros autores, como os pesquisadores Ribeiro e Walter, o Cerrado é composto por um mosaico fitofisionômico que contempla as formações campestres (por exemplo, Campo Limpo), formações savânicas (por exemplo, Cerrado sentido restrito) e formações florestais (por exemplo, Matas de Galeria) (ver Ribeiro e Walter, 2008). Dentro desse contexto, a vegetação classificada como savana apresenta características estruturais intermediárias entre as formações campestres e as formações florestais do Cerrado, por exemplo, Campo Limpo e Cerradão, respectivamente. Portanto, o bioma como um todo não é savana, uma vez que nele ocorrem florestas e campos puros, mas é caracterizado, primordialmente, por uma típica vegetação de savana que ocupa a maior parte da área de domínio do bioma.
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Cerrado sentido restrito.
Foto: José Felipe Ribeiro.
A grande divergência entre esses sistemas de classificação, bem como do conceito de Cerrado, está na inclusão ou não das fitofisionomias mais abertas e as mais fechadas como bioma Cerrado e como savana. Tanto Coutinho (conceito mais restritivo) quanto Ribeiro e Walter (conceito mais amplo) consideram o Cerrado como savana (Coutinho 2006; Ribeiro e Walter 2008). A diferença está na definição de quais fisionomias compõe esse bioma, ou seja, se devemos incluir as formações campestres e as florestais na definição de Cerrado. Enfim, considerando apenas o aspecto fisionômico, o Cerrado pode ser então considerado como savana, pois, cerca de 80% a 90% do Brasil Central é caracterizado como vegetação savânica (Cerrado sentido restrito e Campo Sujo), enquanto que o restante é ocupado pelas formações florestais e campestres (Eiten, 1972; 1978).
Segundo Walter, “não há como excluir o Cerrado sentido restrito do conceito de savana, qualquer que seja a definição adotada”. No entanto, ele salienta que “já o Cerrado sentido amplo e o bioma são realmente de análise mais complexa”, concluindo que “realmente o Cerrado não é meramente um sinônimo brasileiro de savana, mas sim um componente deste conceito”, como já havia afirmado o professor Eiten na década de 70 (Eiten, 1972; 1978).
Por fim, para que o termo savana possa ser usado satisfatoriamente, é preciso levar em conta as diferentes interpretações existentes. Por isso, é importante a observação do professor Coutinho: “os termos empregados para definir uma tipologia vegetacional deveriam ser seguidos pelos conceitos que os autores fazem deles para evitar confusões, pois nem sempre seus conceitos coincidem entre si” (Coutinho, 2006). Como os conceitos não são coincidentes, é fundamental que o autor entenda e esclareça qual a definição está utilizando e seja coerente durante todo o texto.
Fabiana de Gois Aquino é pesquisadora da Embrapa Cerrados; José Roberto Rodrigues Pinto é professor do Departamento de Engenharia Florestal, da Universidade de Brasília, e José Felipe Ribeiro é pesquisador da Embrapa Sede.
Bibliografias consultadas
Ab'Sáber, A. N. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 2ª Edição. São Paulo: Ateliê Editorial. 2003. p. 115-135.
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Coutinho, L. M. “Ecological effects of fire in brazilian Cerrado”. In: Huntley, B. J. e Walker, B. H. (Eds.). Ecology of Tropical Savannas. Berlin: Springer-Verlag, 1982, p. 273-292.
Coutinho, L. M. “O conceito de Cerrado”. Revta. Brasil. Bot. n.1, p. 17-23. 1978.
Coutinho, L. M. “O conceito de bioma”. Acta bot. bras. n.20, v.1, p. 13-23. 2006.
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Eiten, G. “Vegetation forms ”. Boletim, 4. São Paulo: Instituto de Botânica, v.4, 1968. 88p.
Eiten, G. “The cerrado vegetation of Brazil ”. The Botanical Review. n.38, v.2, p. 201-340. 1972.
Eiten, G. “Delimitação do conceito de cerrado”. Arquivos do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. v.21, p.125-134, 1977.
Mistry, J. World savannas. Ecology and human use. Longman (Pearson Education). Harlow. 2000.
Oliveira, P. S.; Marquis, R. J. (Eds.). The Cerrado of Brazil: ecology and natural history of a Neotropical Savanna. New York: Columbia University Press. 2002.
Ribeiro, J. F.; Walter, B. M. T. “Fitofisionomias do Bioma Cerrado”. In: Sano, S. M.; Almeida, S. P. e Ribeiro, J. F. (Eds.). Cerrado: ecologia e flora.
Rizzini, C. T. Tratado de fitogeografia do Brasil: aspectos ecológicos, sociológicos e florísticos. 2 a Edição. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda. 1997. 747 p.
Walter, B. M. T. Fitofisionomias do bioma Cerrado: síntese terminológica e relações florísticas. Tese de Doutorado. Universidade de Brasília. 2006. 389p.
Walter, B. M. T.; Carvalho, A. M. e Ribeiro, J. F. “O conceito de savana e de seu componente Cerrado”. In: Sano, S. M.; Almeida, S. P. e Ribeiro, J. F. (Eds.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2008, p. 19-45.
Whittaker, R. H. Communities and ecosystems. New York: Macmillan Publishing Co, 1975. 385p. Planaltina: Embrapa Cerrados. 2008, p. 151-212.