quinta-feira, 5 de abril de 2012

Descoberto fóssil do maior dinossauro com penas

Com mais de uma tonelada e nove metros de comprimento, o 'Yutyrannus huali' era quarenta vezes maior que os outros dinossauros plumados

Imagem de espécie de dinossauros com penas 'Yutyrannus huali' ('belo tirano com penas'): as plumas tinham uma função isolante, já que o grande tamanho do dinossauro descarta totalmente a capacidade de voar (Brian Choo/EFE)
Foi anunciada nesta quarta-feira a descoberta do maior dinossauro com penas conhecido, um 'primo' do tiranossauro que podia pesar mais de uma tonelada e chegar a nove metros de comprimento.

Três esqueletos — um exemplar adulto e dois filhotes — foram encontrados na província de Liaoning, na China. Os animais viveram durante o período Cretáceo Inferior, informou a revista Nature.
Os cientistas chineses e canadenses que descobriram os fósseis batizaram a espécie de Yutyrannus huali ('belo tirano com penas'), numa mistura de latim e mandarim.
Os paleontólogos sabiam há mais de uma década que alguns pequenos dinossauros tiveram plumas semelhantes às dos pássaros, graças às descobertas de vários fósseis nesta região chinesa. Mas o achado anunciado nesta quarta-feira mostra que existiu pelo menos uma grande espécie que também tinha penas.
Os filhotes deveriam pesar cerca de meia tonelada, e o exemplar adulto pode ter alcançado 1.400 quilos e nove metros de comprimento, dimensões que o transformam no maior animal com penas que já existiu.
Seu tamanho era consideravelmente menor do que seu primo Tiranossauro Rex, mas quarenta vezes maior do que as espécies com penas conhecidas.
Engana-se, porém, quem pensa que as penas do Yutyrannus eram belas como as de alguns pássaros atuais. Sua plumagem era feita de "simples filamentos e se pareciam a de um pintinho", explicou Xu Xing, principal autor do artigo e pesquisador do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim.
Os cientistas acreditam que as plumas tinham uma função térmica, já que sua escassez e o grande tamanho do dinossauro descartam totalmente a possibilidade de que servissem para o voo.
Ao contrário do tiranossauro, que viveu numa época quente, seu parente emplumado habitou a Terra em meados do Cretáceo Inferior, que se estendeu de 145 milhões de anos a 98 milhões de anos atrás, e no qual as temperaturas caíram. Por isso suas penas devem ter servido para proteção contra o frio. A descoberta, afirmou o Xu Xing, pode ser uma prova de que "as penas estavam muito mais disseminadas do que os cientistas pensavam até poucos anos, pelo menos entre os dinossauros carnívoros."

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CRETÁCEO INFERIOR
Intervalo da escala geológica que vai de 146 a 100 milhões de anos atrás. Foi marcado por temperaturas muito mais baixas que o restante do Cretáceo. As temperaturas eram de 10°C, em média, contra 18°C do final do período. Foi no período Cretáceo que os dinossauros foram extintos e surgiram as aves.
 
Fonte:  Agência EFE e Agência France-Presse

Pesquisa aponta que CO2 provocou o fim da Era do Gelo

Estudo publicado pela 'Nature' traz novos argumentos para explicar o fim do período de glaciações

Pedaço de geleira flutua na baía de Ammassalik, na Groenlândia Pedaço de geleira flutua na baía de Ammassalik, na Groenlândia (John McConnico/AP)
Um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature afirma que o maior responsável pelo fim da última Era do Gelo foi o dióxido de carbono (CO2), principal gás causador do efeito estufa. A pesquisa traz novos dados para a discussão do que teria provocado o fim das glaciações. Nessa época, após um período de 250.000 anos, a cobertura de gelo terrestre começou a recuar e temperaturas mais quentes ajudaram o Homem a se espalhar e conquistar a Terra.

O estudo foi feito com base em 80 amostras de gelo e de sedimentos coletados em fundos de lagos e leitos marinhos na Groenlândia e em cada continente. Até agora, as principais evidências eram pedaços de gelo coletados na Antártica, cujas bolhas de ar são como uma pequena cápsula do tempo do nosso passado climático.
Para o grupo dos que discordam de que o CO2 seja o principal causador do aquecimento global, esse fenômeno seria causado por mudanças naturais na órbita da Terra, que aproximaram o nosso planeta do Sol. O novo estudo também vai contra essa teoria, afirmando que a mudança orbital apenas deu início a esse processo.
É o que afirma o cientista Jeremy Shakun, da Universidade de Harvard. "As mudanças orbitais foram o gatilho, mas elas não vão muito longe. Nosso estudo demonstra que o CO2 foi um fator muito mais decisivo e realmente impeliu o aquecimento global na última deglaciação", explica.
Alterações na órbita da Terra — Os autores do estudo publicado pela Nature defendem que a variação orbital intensificou a incidência da luz solar que aqueceu o Hemisfério Norte, fazendo com que parte de sua cobertura de gelo derretesse, liberando gigatoneladas de água doce gelada no Oceano Atlântico. A torrente teve um efeito retardatário sobre a chamada "esteira transportadora" de correntes, na qual a água quente viaja para o Norte na superfície do Atlântico antes de se resfriar, descer às profundezas, e voltar ao Sul.
Quando esta esteira reduziu sua velocidade, a água quente começou a subir no Atlântico Sul, onde rapidamente começou a aquecer a Antártica e o Oceano Austral. Segundo a hipótese destes cientistas, esquentar o Sul, por sua vez, alterou o vento e derreteu o gelo marinho, liberando parte da grande quantidade de CO2 que tinha sido absorvida pelo oceano e armazenado em suas profundezas.
"O CO2 teve grande responsabilidade em tirar o mundo da última Era do Gelo e levou cerca de 10.000 anos para fazê-lo", afirmou Shakun. "Agora, os níveis de CO2 estão aumentando de novo (...) e há sinais claros de que o planeta está começando a responder", acrescentou.

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ERA GLACIAL
Por Era do Gelo ou Era Glacial entende-se todo período geológico em que ocorre significativa diminuição na temperatura da Terra. Mantos de gelo se expandem pelos continentes e glaciações — períodos de clima extremamente frio — atingem a superfície e a atmosfera do planeta. Nos últimos milhões de anos, a Terra viveu várias eras glaciais, ocorrendo a intervalos de 10 mil a 100 mil anos. A última grande era glacial teve pico há 25.000 anos e terminou 11.000 anos atrás, aproximadamente.

TEMPERATURA MÉDIA DA TERRA
A temperatura média do planeta Terra é 15 graus Celsius. Essa conta leva em consideração a temperatura dos oceanos e a da superfície. O valor é apenas 5 graus acima da temperatura média da última Era do Gelo, há 11.000 anos. É por isso que os cientistas se importam com cada grau a mais na temperatura da Terra. A meta de 2 graus não é nada modesta. Quanto mais quente, mais prejudicados são os ecossistemas. O calor dilataria a água dos oceanos aumentando o volume dos mares, por exemplo. Além disso, se o aquecimento continuar de forma desenfreada, a humanidade pode entrar em um território perigoso e não explorado. Não existe experiência histórica que diga como a vida no planeta se comportaria caso a temperatura média subisse além dos 20 graus, ou seja, 5 graus acima do valor atual.

PLEISTOCENO
O pleistoceno corresponde ao intervalo entre 1,8 milhão e 11.500 anos atrás. Na escala geológica, faz parte do período Quaternário da era Cenozoica. Pássaros e mamíferos gigantes, como mamutes e búfalos, caracterizam essa época. No pleistoceno ocorreram as mais recentes Eras do Gelo.


Fonte: Agência France-Presse

terça-feira, 6 de março de 2012

Imensidão galática: Os astrônomos apontam seus telescópios para descobrir a força e a beleza da Via Láctea

Na ampliação bem mais alta de um telescópio amador, a poeira escurece o centro da galáxia, ao mesmo tempo em que as regiões coloridas de Antares e Rho Ophiuchi brilham à direita.
 
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É difícil ser modesto quando se vive na Via Láctea. Nossa galáxia é maior, mais brilhante e mais maciça que a maioria das outras. O disco de estrelas da Via Láctea, observável a olho nu, se estende por nada menos que 120 mil anos-luz. Em torno dele há outro disco, composto sobretudo de hidrogênio. E, envolvendo tudo o que os nossos telescópios conseguem captar, ainda existe, fora do alcance desses instrumentos, um enorme halo de matéria escura. Embora não emita luz, essa matéria tem uma massa que sobrepuja em muito a de centenas de bilhões de estrelas da Via Láctea, conferindo à galáxia uma massa total equivalente a 1 trilhão ou 2 trilhões de vezes a massa do Sol. Nossa galáxia é tão imensa que dezenas de galáxias menores giram em torno dela, feito luas ao redor de um planeta gigante.
A Via Láctea conta com, no mínimo, um planeta com vida inteligente. Galáxias gigantes, como ela e sua vizinha ainda maior, Andrômeda, têm condições de produzir abundante suprimento de ferro, oxigênio, silício, magnésio e outros elementos mais pesados que o hélio. Forjados pelas estrelas da Via Láctea, esses elementos pesados são os blocos básicos dos planetas terrestres.
Os elementos pesados também são essenciais à vida, como se comprova pelo oxigênio que respiramos, o cálcio dos ossos e o ferro no sangue. Em uma galáxia menor, quando uma estrela explode, essas matérias-primas são arremessadas no espaço e se dispersam. Na Via Láctea, porém, esses elementos encontram o gás e a poeira interestelares e são contidos pela força do imenso campo gravitacional. Tais obstáculos fazem com que percam velocidade e possam enriquecer as nuvens de gás com os ingredientes necessários para a formação de gerações de estrelas e planetas. Foi o que ocorreu há 4,6 bilhões de anos, quando o Sol e a Terra se originaram de uma nebulosa interestelar hoje desaparecida.
Pelo fato de vivermos no interior da Via Láctea, sabemos menos a respeito de sua aparência geral que a de galáxias mais distantes - assim como, sem um espelho, conhecemos melhor o rosto dos amigos que o nosso. A despeito disso, na última década os astrônomos fizeram várias descobertas sobre a galáxia, começando por revelações acerca do buraco negro em seu âmago.
Estrelas: astrônomos direcionam seus telescópios para a Via Láctea
Todas as estrelas da Via Láctea giram em torno desse buraco negro, denominado Sagitário A* (abreviado para Sgr A*). O Sol, localizado a 27 mil anos-luz do centro galático, completa uma volta em torno dele a cada 230 milhões de anos. No espaço de apenas 1 ano-luz a partir do buraco enxameiam mais de 100 mil outras estrelas, prisioneiras de seu campo gravitacional. Algumas delas levam só uns poucos anos para completar suas órbitas. Essas trajetórias revelam que o Sgr A* possui uma massa 4 milhões de vezes maior que a do Sol, ou seja, um tanto mais maciço do que se imaginava uma década atrás.
De tempos em tempos, o buraco negro engole um pouco de gás, um planeta desgarrado ou uma estrela. O atrito e a gravidade aquecem a vítima a temperaturas tão altas que ela emite berros sob a forma de raio X. Eles iluminam as nuvens de gás próximas, que acabam preservando um registro de outros objetos ingeridos no passado. Por exemplo, em 2004 os cientistas captaram ecos de raio X em uma nuvem gasosa a 350 anos-luz do buraco negro. Como os raios X se deslocam à velocidade da luz, esses ecos indicam que algum objeto caiu no buraco negro há 350 anos.
O buraco negro também catapulta para longe as estrelas. Em 2005, os astrônomos identificaram uma estrela que se movia com rapidez a 200 mil anos-luz do centro galático. "Foi uma descoberta casual", comenta Warren Brown, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Ele buscava "filamentos estelares" - resquícios de galáxias menores destroçadas pela força gravitacional da Via Láctea - quando topou com uma estrela na constelação Hydra afastando-se do meio da galáxia a 709 quilômetros por segundo, ou 2,55 milhões de quilômetros por hora. A essa velocidade, ela vai escapar do campo gravitacional da galáxia e se lançará no espaço intergalático. Até 2010, Brown e outros astrônomos haviam descoberto outras 15 dessas estrelas hipervelozes.
Em um assombroso exemplo de presciência, Jack Hills, na época trabalhando no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, havia previsto a ocorrência de um fenômeno similar. Em um artigo publicado em 1988, Hills afirmava que, se uma estrela binária - ou seja, duas estrelas que giram uma em torno da outra - chegasse bem perto do Sgr A*, um de seus componentes poderia ser atraído para o buraco negro, passando a percorrer uma órbita mais próxima dele e liberando com isso enorme quantidade de energia. Portanto, em conformidade com as leis físicas de conservação da energia, a outra estrela receberia um impulso igualmente poderoso, sendo arremessada para longe a uma velocidade tremenda.
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br

Fenômeno não traz malefícios para a saúde, mas altera o campo magnético da Terra e atrapalha comunicações

Onda de plasma solar deverá atingir a Terra 

Por Anderson Estevan Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE

Oddbjorn Engvold, Jun Elin Wiik, Luc Rouppe Van Der Voort
núcleo escuro de uma mancha solar
O núcleo escuro de uma mancha solar, com diâmetro igual ao da Terra; manchas como essas podem gerar tempestades solares de grandes proporções
O Centro de Prognósticos Climatológicos Espaciais (SWPC) anunciou nesta segunda-feira (5) que uma nova onda de plasma solar de grandes proporções está a caminho da Terra em consequência de uma tempestade solar. Ela deverá chegar ao planeta na quarta ou na quinta-feira.
Diferentemente das tempestades anteriores, desta vez o fenômeno foi classificado como de classe X1.1, ou seja, trata-se de uma das mais poderosas erupções solares. O fenômeno aconteceu às 1h13 desta segunda-feira.
Mesmo não oferecendo danos para a saúde, o fenômeno alterará o campo magnético da Terra. Quando as partículas se chocarem com a atmosfera terrestre, os sistemas de comunicação em geral deverão ser afetados.
Além disso, aviões comerciais poderão ter de mudar suas rotas em regiões próximas aos polos. Auroras boreais também poderão ser vistas em grande parte do hemisfério norte.
Provocada por uma erupção na superfície do sol, as tempestades solares carregam partículas de plasma solar através dos ventos solares por todo o universo.
A cada 10 ou 11 anos, o Sol passa por ciclos de intensa atividade, gerando tempestades intensas ejeções de massa coronal. De acordo com os especialistas, esta temporada é a maior desde 2005.
LEIA MAIS:
Sol, uma estrela tempestuosa, reportagem da edição de julho de 2004 da revista NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Áreas do cébrebro do 'Homo sapiens' superavam a de neandertais

Novas análises em 3D do crânio dos primeiros Homo sapiens revelaram que o lobo temporal e o bulbo olfativo deles eram maiores do o dos neandertais.
Nature Communications/ Efe
Imagem em 3D de uma das análises que estimaram o tamanho das regiões do cérebro
Imagem em 3D de uma das análises que estimaram o tamanho das regiões do cérebro
Os pesquisadores associam as funções olfativas a processos cognitivos como a percepção e a intuição.
O resultado foi publicado na revista científica "Nature Communications". 
Fonte: Falha de São Paulo

Astrônomos localizam 'jantar' de buraco negro

Astrônomos do ESO (Observatório Europeu do Sul), instalado no Chile, localizaram uma nuvem de gás com várias vezes a massa da Terra que se aproxima rapidamente de um buraco negro no centro da Via Láctea.
Esta é a primeira vez que se acompanha a aproximação de uma nuvem a um buraco negro supermassivo. Um artigo sobre as observações será publicado na edição de 5 de janeiro de 2012 da revista "Nature".
 
Ilustração da nuvem de gás que está movimentando em direção a um buraco negro
  Ilustração da nuvem de gás que está movimentando em direção a um buraco negro
A nuvem foi detectada com o auxílio do Very Large Telescope por uma equipe de astrônomos liderada por Reinhard Genzel (Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre, na Alemanha).
A nuvem de poeira é formada por gás ionizado com uma massa de cerca de três vezes a da Terra. A sua atual densidade é muito maior do que o gás quente que rodeia o buraco negro.
No entanto, à medida que a nuvem se aproxima do buraco esfomeado, a pressão externa aumentará até comprimi-la. Ao mesmo tempo, a grande força do buraco negro continuará a acelerar o movimento em direção a seu interior.
Espera-se que a nuvem se desfaça completamente. Atualmente existe pouco material próximo do buraco negro, por isso a refeição recém-chegada será o combustível dominante do buraco negro durante os próximos anos.
Uma explicação para a formação da nuvem é que o material que a compõe possa ter vindo de estrelas jovens de grande massa que se encontram nas proximidades e que perdem massa muito rapidamente devido a ventos estelares. 
Fonte: Jornal Falha de São Paulo