quarta-feira, 2 de maio de 2012

Escala e Projeções Cartográficas

Escala e Projeções Cartográficas

Mapas
Escala
O mapa é uma representação gráfica de forma reduzida do que existe realmente no terreno. A expressão numérica da relação entre o que existe no terreno e o que foi colocado no papel denomina-se escala que pode ser representada de duas formas:
  • Escala Gráfica: a leitura do mapa é feita através de uma espécie de gráfico como mostrado na figura abaixo.
Ex: Se a medida entre 0 e 100 for 1cm, significa que cada centímetro no mapa representa 100km no terreno.
Veja no mapa abaixo, o Brasil em diferentes escalas gráficas.
  • Escala Numérica: quando a representação é feita através de números, utilizando uma razão, ou uma base de proporção aritmética.
Ex: 1:10.000.000 – Lê-se: um para dez milhões e significa que a área real foi dividida em 10.000.000 de vezes. Cada centímetro no mapa significa 10.000.000 de centímetros, ou 100 quilômetros na distância real do terreno.
Você Sabia? As escalas de 1:20.000 até 1:250.000 reproduzem cartas topográficas; menor que 1: 500.000 são chamadas de escalas corográficas (visão de uma região); menores que 1:1.000.000 representam mapas e as cartas gerais de escalas menores (1:205.000.000) podem atingir o mundo e são chamadas de planisférios (ALMEIDA; PASSINI, 2004).
Representações Cartográficas
O fato de a Terra apresentar um formato e geóide faz com que os mapas, invariavelmente, apresentem distorções, pois, quando confeccionamos um mapa, pegamos a geóide e transportamos para um plano, o que não seria possível sem as deformações dos mapas.
Como os mapas são representações planas de algo que possui volume, é inevitável a existência de distorções, significando que todas as projeções apresentam deformações de distância, áreas ou ângulos.
A maior parte das projeções existentes hoje em dia derivam de três tipos básicos: cilíndricas, cônicas e azimutais.
Projeção Cilíndrica
Essa projeção foi idealizada pelo belga Mercator em 1569 e consiste em envolvermos o Globo Terrestre em um cilindro e projetarmos para as suas paredes, todos os paralelos e meridianos, bem como os contornos dos continentes (vide figura que segue).
Como se faz uma projeção cilíndrica. No planisfério acima, a projeção de Mercátor explicada (e mostrada em vídeo) adiante.
Nessa projeção, os meridianos são perpendiculares aos paralelos, e estes vão se distanciando uns dos outros, à medida em que vamos nos afastando do Equador, por isso, as regiões de alta latitude são ampliadas exageradamente. A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma área da América do Sul, quando, na realidade, é três vezes menor que o Brasil. O objetivo técnico, porém, da projeção de Mercator, era manter as formas das massas continentais, mesmo causando deformidade na proporção entre as áreas. Por isso sua projeção cilíndrica é denominada conforme.
Planisfério: Projeção de Mercátor. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
Em 1973, o historiador alemão Arno Peters desenvolveu uma projeção cilíndrica denominada equivalente, cujo objetivo era apresentar as nações com as suas medidas reais, apesar de apresentar uma grande distorção entre as formas.
Planisfério: Projeção de Peters. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
Além das projeções mais usadas em planisférios (Mercátor e Peters) temos a projeção de Aitof que põe a América no centro do planisfério e conserva a proporção (ou equivalência – por isso uma projeção equivalente) das áreas representadas, em detrimento da forma (elíptica – veja na figura abaixo).
Planisfério: Projeção de Aitof. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Para mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas, Goode fez uma projeção cartográfica iterrompida e descontínua como mostra a figura que segue.
Planisfério: Projeção de Goode. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Quando as áreas de um país ou continente assumem o tamanho proporcional ao dado que se quer mostrar (conversão de números e estatísticas em mapas) temos o que chamamos de anamorfose mostrada abaixo.
Planisfério: anamorfose. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Projeção Cônica
Para a projeção cônica imaginamos um cone tangenciando o Globo Terrestre e projetamos para este cone os paralelos e os meridianos. O resultado é um mapa em que os meridianos são retos e convergem para os pólos, enquanto que os paralelos são semicírculos concêntricos, a partir dos pólos. As projeções cônicas apresentam menores distorções nas áreas próximas ao paralelo que estiver tangente ao cone, geralmente nas zonas temperadas do Globo como mostra a figura a seguir.
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.
Projeção Azimutal ou Plana
Mapa confeccionado a partir de um plano tangente a um ponto qualquer sobre a superfície da Terra e projetamos para este plano, os paralelos e os meridianos, bem como todos os contornos dos continentes. Essa projeção é muito comum para representação dos pólos como mostra a figura que segue.
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.

Referências:
ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 13.ed. São Paulo: Contexto, 2004.
COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.
Fonte: http://marcosbau.com.br/geogeral/escala-e-projecoes-cartograficas/