quarta-feira, 2 de maio de 2012

Escala e Projeções Cartográficas

Escala e Projeções Cartográficas

Mapas
Escala
O mapa é uma representação gráfica de forma reduzida do que existe realmente no terreno. A expressão numérica da relação entre o que existe no terreno e o que foi colocado no papel denomina-se escala que pode ser representada de duas formas:
  • Escala Gráfica: a leitura do mapa é feita através de uma espécie de gráfico como mostrado na figura abaixo.
Ex: Se a medida entre 0 e 100 for 1cm, significa que cada centímetro no mapa representa 100km no terreno.
Veja no mapa abaixo, o Brasil em diferentes escalas gráficas.
  • Escala Numérica: quando a representação é feita através de números, utilizando uma razão, ou uma base de proporção aritmética.
Ex: 1:10.000.000 – Lê-se: um para dez milhões e significa que a área real foi dividida em 10.000.000 de vezes. Cada centímetro no mapa significa 10.000.000 de centímetros, ou 100 quilômetros na distância real do terreno.
Você Sabia? As escalas de 1:20.000 até 1:250.000 reproduzem cartas topográficas; menor que 1: 500.000 são chamadas de escalas corográficas (visão de uma região); menores que 1:1.000.000 representam mapas e as cartas gerais de escalas menores (1:205.000.000) podem atingir o mundo e são chamadas de planisférios (ALMEIDA; PASSINI, 2004).
Representações Cartográficas
O fato de a Terra apresentar um formato e geóide faz com que os mapas, invariavelmente, apresentem distorções, pois, quando confeccionamos um mapa, pegamos a geóide e transportamos para um plano, o que não seria possível sem as deformações dos mapas.
Como os mapas são representações planas de algo que possui volume, é inevitável a existência de distorções, significando que todas as projeções apresentam deformações de distância, áreas ou ângulos.
A maior parte das projeções existentes hoje em dia derivam de três tipos básicos: cilíndricas, cônicas e azimutais.
Projeção Cilíndrica
Essa projeção foi idealizada pelo belga Mercator em 1569 e consiste em envolvermos o Globo Terrestre em um cilindro e projetarmos para as suas paredes, todos os paralelos e meridianos, bem como os contornos dos continentes (vide figura que segue).
Como se faz uma projeção cilíndrica. No planisfério acima, a projeção de Mercátor explicada (e mostrada em vídeo) adiante.
Nessa projeção, os meridianos são perpendiculares aos paralelos, e estes vão se distanciando uns dos outros, à medida em que vamos nos afastando do Equador, por isso, as regiões de alta latitude são ampliadas exageradamente. A Groenlândia, por exemplo, parece ter a mesma área da América do Sul, quando, na realidade, é três vezes menor que o Brasil. O objetivo técnico, porém, da projeção de Mercator, era manter as formas das massas continentais, mesmo causando deformidade na proporção entre as áreas. Por isso sua projeção cilíndrica é denominada conforme.
Planisfério: Projeção de Mercátor. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
Em 1973, o historiador alemão Arno Peters desenvolveu uma projeção cilíndrica denominada equivalente, cujo objetivo era apresentar as nações com as suas medidas reais, apesar de apresentar uma grande distorção entre as formas.
Planisfério: Projeção de Peters. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 46.
Além das projeções mais usadas em planisférios (Mercátor e Peters) temos a projeção de Aitof que põe a América no centro do planisfério e conserva a proporção (ou equivalência – por isso uma projeção equivalente) das áreas representadas, em detrimento da forma (elíptica – veja na figura abaixo).
Planisfério: Projeção de Aitof. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Para mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas, Goode fez uma projeção cartográfica iterrompida e descontínua como mostra a figura que segue.
Planisfério: Projeção de Goode. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Quando as áreas de um país ou continente assumem o tamanho proporcional ao dado que se quer mostrar (conversão de números e estatísticas em mapas) temos o que chamamos de anamorfose mostrada abaixo.
Planisfério: anamorfose. Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 47.
Projeção Cônica
Para a projeção cônica imaginamos um cone tangenciando o Globo Terrestre e projetamos para este cone os paralelos e os meridianos. O resultado é um mapa em que os meridianos são retos e convergem para os pólos, enquanto que os paralelos são semicírculos concêntricos, a partir dos pólos. As projeções cônicas apresentam menores distorções nas áreas próximas ao paralelo que estiver tangente ao cone, geralmente nas zonas temperadas do Globo como mostra a figura a seguir.
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.
Projeção Azimutal ou Plana
Mapa confeccionado a partir de um plano tangente a um ponto qualquer sobre a superfície da Terra e projetamos para este plano, os paralelos e os meridianos, bem como todos os contornos dos continentes. Essa projeção é muito comum para representação dos pólos como mostra a figura que segue.
Fonte: COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005, p. 45.

Referências:
ALMEIDA, Rosângela Doin de; PASSINI, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 13.ed. São Paulo: Contexto, 2004.
COELHO, Marcos Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2005.
Fonte: http://marcosbau.com.br/geogeral/escala-e-projecoes-cartograficas/

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Instrumentos de navegação

Instrumentos de navegação

 
Carta portulano Primeiros mapas náuticos que eram desenhados em pregaminho, foram muito utilizados pelos portugueses no séc. XVI. Para poderem navegar os marinheiros tinham que se orientar e faziam-no utilizando os seguintes instrumentos: astrolábio, astrolábio náutico português, bússola, bússola girascopica, bússola inglesa ou bússola chinesa, balestilha, nocturlábio, quadrante, rosa-dos-ventos, cartas portulano, etc.
À medida que as viagens marítimas aumentaram, maior importância adquiriram as "artes de navegar". 



Astronomicamente a balestilha era usada para medir a dintância angular de duas estrelas. Na náutica usou-se para medir a altura das estrelas. O virote tinha uma escala dividida em graus. A balestilha era usada com mais facilidade do que um astrolábio, mas não podia ser de dia (o olho humano não pode enfrentar o sol).


Nocturlábio Foi inventado por volta de 1551 e usado para saber as horas da noite. O piloto pegava pelo cabo de braço esticado e olhava através do orifício no centro do instrumento para a estrela polar. Movia o braço do nocturlábio até alinhar com as duas outras estrelas. O braço indicava a hora num disco com a diferença de mais ou menos dez minutos. Quadrante


Quadrante determina a distância entre o lugar onde se encontrava a embarcação (norte-sul). Baseava-se na estrela polar. O quadrante começou a ser usado pelos portugueses a partir do ano 1460.







Rosa-dos-ventos Em todos os mapas figura a rosa-dos-ventos. Os portugueses apresentaram-na com desenhos lindíssimos e incluíram algumas inovações, que vieram tornar-se um hábito em toda a parte, como por exemplo a flor-de-lis, para indicar o norte, e a cruz de Cristo para indicar o Oriente.


Astrolábio - Instrumento astronômico inventado por Hiparco, astrônomo e matemático grego (séc. II a.C.), para medir as alturas de um astro acima do horizonte. Modernamente foi aperfeiçoado, e é um dos instrumentos fundamentais da astrometria, um dos primeiros instrumentos de navegação. O astrolábio era um instrumento que permitia saber a distância entre o ponto de partida e o lugar onde se encontrava o navio. Baseava-se na altura do sol do meio-dia. Era mais fácil trabalhar com o astrolábio, pois pelo facto de a estrela polar não ser visível no henisfério Sul. Astrolábio náutico português Derivado do astrolábio planisférico, o astrolábio naútico foi a partir dele muito alterado pelos portuguses, que lhe deram forma. O peso e a robustez de que precisava para ser usado a bordo dos navio. Com este astrolábio, media-se a altura ou a latitude, onde o navio se encontrava. Nos últimos anos foram descobertos muitos astrolábios entre restos de navios dos séculos XVI e XVII.  
 
Bússola Foi o primeiro de todos os instrumentos de navegação a ser conhecido. Era um instrumento que indicava o norte e permitia que os navegadors soubessemm em que direcção navegavam. A bússola era um aparelho composto de um mostrador, onde se indicavam os pontos cardeais, e no qual gira uma agulha magnética que aponta sempre para o norte, servindo assim de orientação, sobretudo em navegação. A agulha da bússola é um íman fino e leve, equilibrada de forma a que possa girar livremente. O polo norte da agulha aponta para o polo norte magnético da terra, que fica muito perto do norte geográfico. Utilizam-se as bússolas magnéticas para a orientação no mar e em terra. A bússola era chamada pelos marinheiros de agulha de marear. Bússola girascópica Bússola que se baseia na estabilidade mecânica do girascópio. Bússola inglesa ou bússola marítima chinesa As bússolas magnéticas foram utilizadas na Europa a partir do séc. XII, mas pensa-se que os chineses tenham notado, cerca de mil anos antes, que um pedaço de magnetite (um minério de ferro magnético) suspenso de um fio se orientava sempre no sentido norte-sul. Invenção chinesa que chegou a Europa por volta do século X é uma agulha magnética móvel em torno de um eixo que passa pelo seu centro de gravidade, montada, geralmente, em caixa com limbo graduado, e usada para orientação do navegadores. Por uma agulha com uma ponta imantada, detecta os polos do campo magnético norte sul da terra.

Sextante - Instrumento óptico constituído de dois espelhos e uma luneta astronômica presos a um setor circular de 60° (1/6 do círculo) destinado a medir a altura de um astro acima do horizonte.


Tendo compreendido os movimentos dos corpos celestes e as relações entre ângulos e distâncias, os navegadores medievais, puderam criar um sistema de longitude e de latitude para se orientarem no mar sem o auxílio de pontos de referência em terra. Os romanos foram os pioneiros na utilização generalizada de instrumentos topográficos de precisão, e os arquitectos da renascença introduziram o teodorito, a ferramenta mais importante da topografia. Astrolábio Balestilha Apareceu depois do quadrante e do astrolábio.
Fonte: http://comandantepinzon.blogspot.com.br

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Descoberto fóssil do maior dinossauro com penas

Com mais de uma tonelada e nove metros de comprimento, o 'Yutyrannus huali' era quarenta vezes maior que os outros dinossauros plumados

Imagem de espécie de dinossauros com penas 'Yutyrannus huali' ('belo tirano com penas'): as plumas tinham uma função isolante, já que o grande tamanho do dinossauro descarta totalmente a capacidade de voar (Brian Choo/EFE)
Foi anunciada nesta quarta-feira a descoberta do maior dinossauro com penas conhecido, um 'primo' do tiranossauro que podia pesar mais de uma tonelada e chegar a nove metros de comprimento.

Três esqueletos — um exemplar adulto e dois filhotes — foram encontrados na província de Liaoning, na China. Os animais viveram durante o período Cretáceo Inferior, informou a revista Nature.
Os cientistas chineses e canadenses que descobriram os fósseis batizaram a espécie de Yutyrannus huali ('belo tirano com penas'), numa mistura de latim e mandarim.
Os paleontólogos sabiam há mais de uma década que alguns pequenos dinossauros tiveram plumas semelhantes às dos pássaros, graças às descobertas de vários fósseis nesta região chinesa. Mas o achado anunciado nesta quarta-feira mostra que existiu pelo menos uma grande espécie que também tinha penas.
Os filhotes deveriam pesar cerca de meia tonelada, e o exemplar adulto pode ter alcançado 1.400 quilos e nove metros de comprimento, dimensões que o transformam no maior animal com penas que já existiu.
Seu tamanho era consideravelmente menor do que seu primo Tiranossauro Rex, mas quarenta vezes maior do que as espécies com penas conhecidas.
Engana-se, porém, quem pensa que as penas do Yutyrannus eram belas como as de alguns pássaros atuais. Sua plumagem era feita de "simples filamentos e se pareciam a de um pintinho", explicou Xu Xing, principal autor do artigo e pesquisador do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados de Pequim.
Os cientistas acreditam que as plumas tinham uma função térmica, já que sua escassez e o grande tamanho do dinossauro descartam totalmente a possibilidade de que servissem para o voo.
Ao contrário do tiranossauro, que viveu numa época quente, seu parente emplumado habitou a Terra em meados do Cretáceo Inferior, que se estendeu de 145 milhões de anos a 98 milhões de anos atrás, e no qual as temperaturas caíram. Por isso suas penas devem ter servido para proteção contra o frio. A descoberta, afirmou o Xu Xing, pode ser uma prova de que "as penas estavam muito mais disseminadas do que os cientistas pensavam até poucos anos, pelo menos entre os dinossauros carnívoros."

Saiba mais

CRETÁCEO INFERIOR
Intervalo da escala geológica que vai de 146 a 100 milhões de anos atrás. Foi marcado por temperaturas muito mais baixas que o restante do Cretáceo. As temperaturas eram de 10°C, em média, contra 18°C do final do período. Foi no período Cretáceo que os dinossauros foram extintos e surgiram as aves.
 
Fonte:  Agência EFE e Agência France-Presse

Pesquisa aponta que CO2 provocou o fim da Era do Gelo

Estudo publicado pela 'Nature' traz novos argumentos para explicar o fim do período de glaciações

Pedaço de geleira flutua na baía de Ammassalik, na Groenlândia Pedaço de geleira flutua na baía de Ammassalik, na Groenlândia (John McConnico/AP)
Um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature afirma que o maior responsável pelo fim da última Era do Gelo foi o dióxido de carbono (CO2), principal gás causador do efeito estufa. A pesquisa traz novos dados para a discussão do que teria provocado o fim das glaciações. Nessa época, após um período de 250.000 anos, a cobertura de gelo terrestre começou a recuar e temperaturas mais quentes ajudaram o Homem a se espalhar e conquistar a Terra.

O estudo foi feito com base em 80 amostras de gelo e de sedimentos coletados em fundos de lagos e leitos marinhos na Groenlândia e em cada continente. Até agora, as principais evidências eram pedaços de gelo coletados na Antártica, cujas bolhas de ar são como uma pequena cápsula do tempo do nosso passado climático.
Para o grupo dos que discordam de que o CO2 seja o principal causador do aquecimento global, esse fenômeno seria causado por mudanças naturais na órbita da Terra, que aproximaram o nosso planeta do Sol. O novo estudo também vai contra essa teoria, afirmando que a mudança orbital apenas deu início a esse processo.
É o que afirma o cientista Jeremy Shakun, da Universidade de Harvard. "As mudanças orbitais foram o gatilho, mas elas não vão muito longe. Nosso estudo demonstra que o CO2 foi um fator muito mais decisivo e realmente impeliu o aquecimento global na última deglaciação", explica.
Alterações na órbita da Terra — Os autores do estudo publicado pela Nature defendem que a variação orbital intensificou a incidência da luz solar que aqueceu o Hemisfério Norte, fazendo com que parte de sua cobertura de gelo derretesse, liberando gigatoneladas de água doce gelada no Oceano Atlântico. A torrente teve um efeito retardatário sobre a chamada "esteira transportadora" de correntes, na qual a água quente viaja para o Norte na superfície do Atlântico antes de se resfriar, descer às profundezas, e voltar ao Sul.
Quando esta esteira reduziu sua velocidade, a água quente começou a subir no Atlântico Sul, onde rapidamente começou a aquecer a Antártica e o Oceano Austral. Segundo a hipótese destes cientistas, esquentar o Sul, por sua vez, alterou o vento e derreteu o gelo marinho, liberando parte da grande quantidade de CO2 que tinha sido absorvida pelo oceano e armazenado em suas profundezas.
"O CO2 teve grande responsabilidade em tirar o mundo da última Era do Gelo e levou cerca de 10.000 anos para fazê-lo", afirmou Shakun. "Agora, os níveis de CO2 estão aumentando de novo (...) e há sinais claros de que o planeta está começando a responder", acrescentou.

Saiba mais

ERA GLACIAL
Por Era do Gelo ou Era Glacial entende-se todo período geológico em que ocorre significativa diminuição na temperatura da Terra. Mantos de gelo se expandem pelos continentes e glaciações — períodos de clima extremamente frio — atingem a superfície e a atmosfera do planeta. Nos últimos milhões de anos, a Terra viveu várias eras glaciais, ocorrendo a intervalos de 10 mil a 100 mil anos. A última grande era glacial teve pico há 25.000 anos e terminou 11.000 anos atrás, aproximadamente.

TEMPERATURA MÉDIA DA TERRA
A temperatura média do planeta Terra é 15 graus Celsius. Essa conta leva em consideração a temperatura dos oceanos e a da superfície. O valor é apenas 5 graus acima da temperatura média da última Era do Gelo, há 11.000 anos. É por isso que os cientistas se importam com cada grau a mais na temperatura da Terra. A meta de 2 graus não é nada modesta. Quanto mais quente, mais prejudicados são os ecossistemas. O calor dilataria a água dos oceanos aumentando o volume dos mares, por exemplo. Além disso, se o aquecimento continuar de forma desenfreada, a humanidade pode entrar em um território perigoso e não explorado. Não existe experiência histórica que diga como a vida no planeta se comportaria caso a temperatura média subisse além dos 20 graus, ou seja, 5 graus acima do valor atual.

PLEISTOCENO
O pleistoceno corresponde ao intervalo entre 1,8 milhão e 11.500 anos atrás. Na escala geológica, faz parte do período Quaternário da era Cenozoica. Pássaros e mamíferos gigantes, como mamutes e búfalos, caracterizam essa época. No pleistoceno ocorreram as mais recentes Eras do Gelo.


Fonte: Agência France-Presse

terça-feira, 6 de março de 2012

Imensidão galática: Os astrônomos apontam seus telescópios para descobrir a força e a beleza da Via Láctea

Na ampliação bem mais alta de um telescópio amador, a poeira escurece o centro da galáxia, ao mesmo tempo em que as regiões coloridas de Antares e Rho Ophiuchi brilham à direita.
 
Veja também:

É difícil ser modesto quando se vive na Via Láctea. Nossa galáxia é maior, mais brilhante e mais maciça que a maioria das outras. O disco de estrelas da Via Láctea, observável a olho nu, se estende por nada menos que 120 mil anos-luz. Em torno dele há outro disco, composto sobretudo de hidrogênio. E, envolvendo tudo o que os nossos telescópios conseguem captar, ainda existe, fora do alcance desses instrumentos, um enorme halo de matéria escura. Embora não emita luz, essa matéria tem uma massa que sobrepuja em muito a de centenas de bilhões de estrelas da Via Láctea, conferindo à galáxia uma massa total equivalente a 1 trilhão ou 2 trilhões de vezes a massa do Sol. Nossa galáxia é tão imensa que dezenas de galáxias menores giram em torno dela, feito luas ao redor de um planeta gigante.
A Via Láctea conta com, no mínimo, um planeta com vida inteligente. Galáxias gigantes, como ela e sua vizinha ainda maior, Andrômeda, têm condições de produzir abundante suprimento de ferro, oxigênio, silício, magnésio e outros elementos mais pesados que o hélio. Forjados pelas estrelas da Via Láctea, esses elementos pesados são os blocos básicos dos planetas terrestres.
Os elementos pesados também são essenciais à vida, como se comprova pelo oxigênio que respiramos, o cálcio dos ossos e o ferro no sangue. Em uma galáxia menor, quando uma estrela explode, essas matérias-primas são arremessadas no espaço e se dispersam. Na Via Láctea, porém, esses elementos encontram o gás e a poeira interestelares e são contidos pela força do imenso campo gravitacional. Tais obstáculos fazem com que percam velocidade e possam enriquecer as nuvens de gás com os ingredientes necessários para a formação de gerações de estrelas e planetas. Foi o que ocorreu há 4,6 bilhões de anos, quando o Sol e a Terra se originaram de uma nebulosa interestelar hoje desaparecida.
Pelo fato de vivermos no interior da Via Láctea, sabemos menos a respeito de sua aparência geral que a de galáxias mais distantes - assim como, sem um espelho, conhecemos melhor o rosto dos amigos que o nosso. A despeito disso, na última década os astrônomos fizeram várias descobertas sobre a galáxia, começando por revelações acerca do buraco negro em seu âmago.
Estrelas: astrônomos direcionam seus telescópios para a Via Láctea
Todas as estrelas da Via Láctea giram em torno desse buraco negro, denominado Sagitário A* (abreviado para Sgr A*). O Sol, localizado a 27 mil anos-luz do centro galático, completa uma volta em torno dele a cada 230 milhões de anos. No espaço de apenas 1 ano-luz a partir do buraco enxameiam mais de 100 mil outras estrelas, prisioneiras de seu campo gravitacional. Algumas delas levam só uns poucos anos para completar suas órbitas. Essas trajetórias revelam que o Sgr A* possui uma massa 4 milhões de vezes maior que a do Sol, ou seja, um tanto mais maciço do que se imaginava uma década atrás.
De tempos em tempos, o buraco negro engole um pouco de gás, um planeta desgarrado ou uma estrela. O atrito e a gravidade aquecem a vítima a temperaturas tão altas que ela emite berros sob a forma de raio X. Eles iluminam as nuvens de gás próximas, que acabam preservando um registro de outros objetos ingeridos no passado. Por exemplo, em 2004 os cientistas captaram ecos de raio X em uma nuvem gasosa a 350 anos-luz do buraco negro. Como os raios X se deslocam à velocidade da luz, esses ecos indicam que algum objeto caiu no buraco negro há 350 anos.
O buraco negro também catapulta para longe as estrelas. Em 2005, os astrônomos identificaram uma estrela que se movia com rapidez a 200 mil anos-luz do centro galático. "Foi uma descoberta casual", comenta Warren Brown, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Ele buscava "filamentos estelares" - resquícios de galáxias menores destroçadas pela força gravitacional da Via Láctea - quando topou com uma estrela na constelação Hydra afastando-se do meio da galáxia a 709 quilômetros por segundo, ou 2,55 milhões de quilômetros por hora. A essa velocidade, ela vai escapar do campo gravitacional da galáxia e se lançará no espaço intergalático. Até 2010, Brown e outros astrônomos haviam descoberto outras 15 dessas estrelas hipervelozes.
Em um assombroso exemplo de presciência, Jack Hills, na época trabalhando no Laboratório Nacional de Los Alamos, no Novo México, havia previsto a ocorrência de um fenômeno similar. Em um artigo publicado em 1988, Hills afirmava que, se uma estrela binária - ou seja, duas estrelas que giram uma em torno da outra - chegasse bem perto do Sgr A*, um de seus componentes poderia ser atraído para o buraco negro, passando a percorrer uma órbita mais próxima dele e liberando com isso enorme quantidade de energia. Portanto, em conformidade com as leis físicas de conservação da energia, a outra estrela receberia um impulso igualmente poderoso, sendo arremessada para longe a uma velocidade tremenda.
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br

Fenômeno não traz malefícios para a saúde, mas altera o campo magnético da Terra e atrapalha comunicações

Onda de plasma solar deverá atingir a Terra 

Por Anderson Estevan Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ONLINE

Oddbjorn Engvold, Jun Elin Wiik, Luc Rouppe Van Der Voort
núcleo escuro de uma mancha solar
O núcleo escuro de uma mancha solar, com diâmetro igual ao da Terra; manchas como essas podem gerar tempestades solares de grandes proporções
O Centro de Prognósticos Climatológicos Espaciais (SWPC) anunciou nesta segunda-feira (5) que uma nova onda de plasma solar de grandes proporções está a caminho da Terra em consequência de uma tempestade solar. Ela deverá chegar ao planeta na quarta ou na quinta-feira.
Diferentemente das tempestades anteriores, desta vez o fenômeno foi classificado como de classe X1.1, ou seja, trata-se de uma das mais poderosas erupções solares. O fenômeno aconteceu às 1h13 desta segunda-feira.
Mesmo não oferecendo danos para a saúde, o fenômeno alterará o campo magnético da Terra. Quando as partículas se chocarem com a atmosfera terrestre, os sistemas de comunicação em geral deverão ser afetados.
Além disso, aviões comerciais poderão ter de mudar suas rotas em regiões próximas aos polos. Auroras boreais também poderão ser vistas em grande parte do hemisfério norte.
Provocada por uma erupção na superfície do sol, as tempestades solares carregam partículas de plasma solar através dos ventos solares por todo o universo.
A cada 10 ou 11 anos, o Sol passa por ciclos de intensa atividade, gerando tempestades intensas ejeções de massa coronal. De acordo com os especialistas, esta temporada é a maior desde 2005.
LEIA MAIS:
Sol, uma estrela tempestuosa, reportagem da edição de julho de 2004 da revista NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br