quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A tectónica de placas na formação dos continentes


A tectónica de placas na formação dos continentes

A revista Science acaba de reportar um artigo de Richard Carlson, investigador do Departamento do Magnetismo Terrestre do Instituto Carnegie, de Washington. Nele é referido que no norte do Canadá, mais propriamnte na baía de Hudson, foram descobertas rochas metamórficas, cuja datação efectuada  por isótopos radioactivos, de largo período de decaímento nela presentes, do neodímio e do samário, revelaram que a sua formação ocorreu entre os 3,8 e 4,28 biliões de anos.
A Terra ter-se-á formado há 4,6 biliões de anos. As amostras mais antigas, gneisses canadianos, datam de 4,03 biliões de anos.
Esta nova descoberta, para além de fazer recuar cerca de 250 milhões de anos o conhecimento do aparecimento das primeiras rochas, o primeiro material sólido na Terra primitiva, trouxe um conjunto de informações relevantes.
                              
    As rochas que acabam de serem datadas como as mais antigas da superfície terrestre
A análise da sua composição química revelou que é idêntica às rochas vulcânicas que se formam quando do choque de placas tectónicas, permitindo assim entender melhor a génese da formação da Crosta.
Esta descoberta é importante porque são muito escassos os vestígios rochosos, deixados pela dinâmica terrestre ao longo da sua existência, devido à sua permanente reciclagem. Os responsáveis são a movimentação das placas tectónicas e a erosão.  
Os geólogos suspeitam que o movimento das placas continentais é cíclico e que se juntam em cada 500-700 milhões de anos formando um único supercontinente. O mais recente é o Pangeia, formado há 300 milhões de anos, de cuja desagregação, deriva, motivada pela movimentação das placas, resultaram os actuais continentes.
                           
                    A deriva dos continentes explicada pela tectónica de placas
Os continentes são as partes emersas das sete placas tectónicas que se movem por acção das correntes de convecção do Manto. Na colisão de placas, uma mergulha sob a outra no que se designa por subducção. O lado oposto da placa parte, separa-se, e permite que o magma do Manto ascenda à superfície para preencher o vazio. Esta nova crosta oceânica que se vai formando, embora mais fina é muito mais densa que a das placas que transportam os continentes. Assim eles, as placas de que fazem parte, nas zonas de subducção cavalgam as do chão marinho e continuam emersos.
O resultado é que os continentes mantêm a sua forma por centenas de milhões de anos, deslizando vagarosamente como barcos vogando numa superfície líquida. Podem colidir e até virem a juntar-se todos num enorme supercontinente.
A divisão do Pangeia deu-se há 100 milhões de anos.
                     
                                    Uma provável evolução futura da deriva continental
Há 1,1 biliões de anos formou-se o Rodínia. Fragmentou-se passados 250 milhões de anos.
Depois do Pangeia (há 300 milhões de anos) teria havido o Pannotia (600 milhões), o Rondínia (900 milhões), o Colúmbia(1,9 biliões), o Kenorland (2,5 biliões) e finalmente o Ur ( 3 biliões atrás). Há consenso na comunidade científica relativamenta ao Pangeia e ao Pannotia.
Caminhamos, portanto, para um novo supercontinente. Deverá estar formado daqui a 250 milhões de anos já que estamos a meio do ciclo.
 O oceano Pacífico está a fechar-se resultante da colisão da Eurásia com a costa ocidental das Américas.
 A África está a mover-se para Norte, continuando o seu choque com a Eurásia. A península italiana, que faz parte da placa  africana, colide com a Europa nos Alpes, que continuam a elevar-se. A serra Nevada, no sul da península ibérica, também.
 A Austrália caminha para o Norte rumo ao sul do continente asiático. Irá colidir com a Indochina.
                                      
                                             O novo supercontinente 
Embora não seja consensual na comunidade científica os trajectos que as diferentes massas continentais vão descrever, estão de acordo de que se caminha para a formação de um Novo Pangeia.
Fonte: http://comunidade.sol.pt/