A tectónica de placas na formação dos continentes
A revista Science acaba de reportar um artigo de Richard Carlson,
investigador do Departamento do Magnetismo Terrestre do Instituto
Carnegie, de Washington. Nele é referido que no norte do Canadá, mais
propriamnte na baía de Hudson, foram descobertas rochas metamórficas,
cuja datação efectuada por isótopos radioactivos, de largo período de
decaímento nela presentes, do neodímio e do samário, revelaram que a sua
formação ocorreu entre os 3,8 e 4,28 biliões de anos.
A Terra ter-se-á formado há 4,6 biliões de anos. As amostras mais antigas, gneisses canadianos, datam de 4,03 biliões de anos.
Esta
nova descoberta, para além de fazer recuar cerca de 250 milhões de anos
o conhecimento do aparecimento das primeiras rochas, o primeiro
material sólido na Terra primitiva, trouxe um conjunto de informações
relevantes.
As rochas que acabam de serem datadas como as mais antigas da superfície terrestre
A análise
da sua composição química revelou que é idêntica às rochas
vulcânicas que se formam quando do choque de placas tectónicas,
permitindo assim entender melhor a génese da formação da Crosta.
Esta
descoberta é importante porque são muito escassos os vestígios
rochosos, deixados pela dinâmica terrestre ao longo da sua existência,
devido à sua permanente reciclagem. Os responsáveis são a movimentação
das placas tectónicas e a erosão.
Os geólogos suspeitam que o
movimento das placas continentais é cíclico e que se juntam em cada
500-700 milhões de anos formando um único supercontinente. O mais
recente é o Pangeia, formado há 300 milhões de anos, de cuja
desagregação, deriva, motivada pela movimentação das placas, resultaram os actuais continentes.
A deriva dos continentes explicada pela tectónica de placas
Os
continentes são as partes emersas das sete placas tectónicas que se
movem por acção das correntes de convecção do Manto. Na colisão de
placas, uma mergulha sob a outra no que se designa por subducção. O
lado oposto da placa parte, separa-se, e permite que o magma do Manto
ascenda à superfície para preencher o vazio. Esta nova crosta oceânica
que se vai formando, embora mais fina é muito mais densa que a das
placas que transportam os continentes. Assim eles, as placas de que
fazem parte, nas zonas de subducção cavalgam as do chão marinho e
continuam emersos.
O resultado é que os continentes mantêm a sua
forma por centenas de milhões de anos, deslizando vagarosamente
como barcos vogando numa superfície líquida. Podem colidir e até virem a
juntar-se todos num enorme supercontinente.
A divisão do Pangeia deu-se há 100 milhões de anos.
Uma provável evolução futura da deriva continental
Há 1,1 biliões de anos formou-se o Rodínia. Fragmentou-se passados 250 milhões de anos.
Depois
do Pangeia (há 300 milhões de anos) teria havido o Pannotia (600
milhões), o Rondínia (900 milhões), o Colúmbia(1,9 biliões), o Kenorland
(2,5 biliões) e finalmente o Ur ( 3 biliões atrás). Há consenso na
comunidade científica relativamenta ao Pangeia e ao Pannotia.
Caminhamos,
portanto, para um novo supercontinente. Deverá estar formado daqui a
250 milhões de anos já que estamos a meio do ciclo.
O oceano Pacífico está a fechar-se resultante da colisão da Eurásia com a costa ocidental das Américas.
A
África está a mover-se para Norte, continuando o seu choque com a
Eurásia. A península italiana, que faz parte da placa africana, colide
com a Europa nos Alpes, que continuam a elevar-se. A serra Nevada, no
sul da península ibérica, também.
A Austrália caminha para o Norte rumo ao sul do continente asiático. Irá colidir com a Indochina.
O novo supercontinente
Embora
não seja consensual na comunidade científica os trajectos que as
diferentes massas continentais vão descrever, estão de acordo de que se
caminha para a formação de um Novo Pangeia.
Fonte: http://comunidade.sol.pt/