quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Novos dados: a exploração do fundo dos oceanos.


Novos dados: a exploração do fundo dos oceanos.

No início do século XX desenvolveu-se uma tecnologia que revolucionou completamente o nosso mundo, quer em termos bélicos, quer em termos de conhecimento científico. Era o advento dos submarinos, que foram amplamente utilizados durante a 2ª Guerra Mundial. 
Contudo, para os submarinos poderem navegar em segurança, era necessário um conhecimento mais pormenorizado sobre o fundo dos oceanos. A partir de 1920 começaram a utilizar-se sondas eletroacústicas para a investigação submarina. Estas sondas (sonares) utilizam ondas ultrassónicas que se refletem no fundo do mar e permitem registar a chegada da onda refletida. Registando o tempo que as ondas demoram a atingir o fundo do mar é possível calcular as profundidades oceânicas. Quando maior a profundidade, maior será o tempo que as ondas ultrassónicas demoram a regressar ao navio.
Além dos sonares, são também utilizados sismógrafos e magnetómetros.  

 Sismógrafo utilizado pelo Instituto Norte Americano de vigilância geológica (USGS - United States Geologic Survey) para monitorizar o fundo do oceano e modo de funcionamento de um sonar de um navio de cartografia oceânica.


Com base na informação obtida pelos diversos aparelhos é possível organizar mapas e cartas detalhadas mostrando a topografia dos fundos oceânicos, tal como acontece com os mapas e cartas dos continentes.
Eis então algumas estruturas que se podem encontrar no fundo dos oceanos:


plataforma continental é como que um prolongamento do continente para baixo do oceano. A sua profundidade não é muito grande (150-500m), e também não é muito inclinada. Está coberta por areias e outros sedimentos que são transportados por exemplo pelos rios desde o interior dos continentes.

talude continental já tem um declive muito acentuado. Prolonga-se desde a plataforma continental até ao fundo do oceano (pode ir até 1000m de profundidade). Tem o aspeto de um muro (muro=talude), e é aqui que geologicamente termina o continente.

Planície abissal. É o fundo do oceano propriamente dito. Corresponde à zona do fundo do oceano com aspeto mais plano (daí o termo “planície”). Pode ir até 6000 metros de profundidade e está coberto por sedimentos muito finos ou então rocha nua.

Dorsal médio-oceânica. É uma gigantesca cordilheira de montanhas submarinas no centro das quais se encontra o vale de Rifte. A dorsal médio-atlântica (que passa a meio do oceano Atlântico, entre o continente Americano e a Europa/África) é a maior cordilheira de montanhas do planeta. Tem cerca de 65 000 km de extensão e seria vista do espaço, se não fosse o oceano. Pode ter até XXXXkm de largura e XXXX de altura.

Rifte. Localiza-se no centro da dorsal. Corresponde a uma fissura através da qual há extrusão de magma a partir do interior da Terra.

As fossas oceânicas, como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de paredes escarpadas, e com uma profundidade que geralmente varia entre os 3000 e os 5000 metros. 
A fossa mais profunda explorada até hoje é a das Ilhas Marianas, com uma profundidade superior a 11 000 metros abaixo do nível médio das águas do mar. Se pudéssemos colocar o monte Evereste, o local mais alto da Terra (8.848m de altitude), no seu interior, ainda sobrariam cerca de 2.000 metros de água por cima dele (mais ou menos a mesma altitude da Serra da Estrela).

 Localização da Fossa das Marianas (Mariana Trench em inglês), no Oceano Pacífico.


Nereus - um veículo submarino operado remotamente (HROV) que foi enviado pelo Woods Hole Oceanographic Institution para explorar as profundezas da Fossa das Marianas. Vídeos reais captados pelo robô aqui.

Em 1960 o Professor Picard (filho) desceu a esta fossa marinha utilizando o batíscafo Trieste e verificou a existência de seres vivos a essa profundidade. Foi a primeira e única expedição tripulada por seres humanos à Fossa das Marianas. 

- Fotografias dos seres vivos da Fossa das Marianas aqui.
- Mais informação em infopedia.pt