Em linhas gerais, o ciclo das rochas representa as variadas
possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro. Vale
lembrar que esta cadeia de processos foi inicialmente percebida em 1790
pelo químico, naturalista e geólogo britânico James Hutton. Como se
observa na figura abaixo, as setas que interligam as rochas ígneas,
sedimentares e metamórficas mostram processos relacionados à dinâmica
geológica da crosta terrestre, como as variações de temperatura e
pressão, abalos sísmicos e movimentos tectônicos, dentre outros. De
acordo com TEIXEIRA et al (2009) os processos ígneos são
geralmente colocados no começo do ciclo das rochas, pois considera-se
que nas fases iniciais de acreção e consolidação da Terra, a formação de
rochas acontecia principalmente pela cristalização a partir de magmas.
Como se pode observar na figura abaixo, o ciclo das rochas depende do
ciclo tectônico para energia e do ciclo hidrolófico para água.
Ponderando o assunto, o calor produzido através do ciclo tectônico gera
materias fundidos, como a lava vulcânica, que ao se solidificarem na
superfície ou em camadas mais finas originam as rochas ígneas. Devido à
expansão e contração, essas rochas quebram-se, ao se congelarem e
descongelarem. Tenha-se presente que podem também se desagregar por
causa de processos químicos, pela ação de ácidos fracos formados na
presença de CO2, matéria orgânica e água, além de processos físicos, como o vento.
As rochas expostas à ação da atmosfera, hidrosfera e biosfera sofrem
intemperismo, que consiste em um processo natural que abrange oxidação,
hidratação, solubilização, ataques por substâncias orgânicas,
variações diárias e sazonais de temperatura, entre outras. As rochas
ígneas superficiais da Terra sofrem constante intemperismo, e
lentamente reduzem-se em fragmentos, incluindo tanto os detritos
sólidos da rocha original como os novos minerais formados durante o
intemperismo. Convém ponderar que as rochas expostas ao intemperismo
perdem sua coesão, sendo erodidas, transportadas e depositadas em
depressões topográficas, onde constituem rochas sedimentares. Como
observa Teixeira et al (2009), através da dinâmica interna
terrestre, as rochas formadas em um certo tipo de ambiente geológico se
destinam a ambientes muito diferentes, principalmente em termos de
pressão, temperatura e composição química. Assinale, ainda, que neste
caso, as rochas passam por transformações mineralógicas e texturais,
transformando-se em rochas metamórficas. As rochas podem se fundir
quando as condições de metamorfismo são particularmente intensas, dando
origem a magmas que, quando se solidificam, geram novas rochas ígneas,
dando-se início a um novo ciclo.
A crosta terrestre está em constante transformação e evolução através
do ciclo das rochas, cuja existência advém desde os primórdios da
história geológica da Terra.
Mariana Lorenzo
Referência Bibliográfica:
- TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra – 2a edição. Companhia Editora Nacional. São Paulo. 2009.